O torcedor do Palmeiras tem muito a comemorar após a vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, em Porto Alegre, o que dá a vantagem de poder até empatar o jogo de volta, no Pacaembu, na próxima semana, para se classificar para a semifinal da Copa Libertadores. No entanto, a celebração não foi apenas pelo importante resultado, mas também por ter voltado a ver o sistema defensivo do time com a consistência que tinha no primeiro semestre.
Muito desse poder defensivo foi facilitado pelo golaço de Gustavo Scarpa, ainda no primeiro tempo, após chute de fora da área, longe do gol. Atrás no placar, o Tricolor gaúcho, que já dominava a posse de bola, passou a ter mais pressa do que organização, deixando o duelo conforme a equipe de Felipão gosta, esperando o adversário e apostando nos contra-ataques.
Apesar do domínio gremista, Weverton não teve trabalho, em alguns momentos foi mero espectador do "muro" formado pelos jogadores de sua defesa, que contou com uma atuação espetacular de Marcos Rocha, preciso nos desarmes e na marcação de Everton, com um desempenho muito bom de Luan nos botes fora da área, e com Gustavo Gómez irreparável no jogo aéreo.
No meio-campo, Bruno Henrique desarmava, bloqueava e saía para o jogo como se espera, como ele fazia antes da pausa para a Copa América. Felipe Melo também fazia uma partida excelente, dominando o setor, porém com dois amarelos e dois lances considerados temerários pela arbitragem, acabou expulso deixando o Verdão com um homem a menos por quase 20 minutos.
Mesmo assim, porém, a consistência defensiva permaneceu, sem deixar espaços para o Grêmio penetrar na área ou até mesmo finalizar fora dela. Thiago Santos, que entrou no lugar de Willian para suprir a ausência de Felipe Melo, deu conta do recado e ajudou a segurar o placar no fim do jogo, embora tenha havido alguns minutos de sufoco pouco antes do apito final.
No entanto nem tudo foi elogiável. Pelo poder defensivo demonstrado nesta noite e pelos contra-ataques criados a partir das retomadas de posse de bola e ligação rápida, era para o Palmeiras ter saído de Porto Alegre com um placar mais elástico. Com exceção de uma bola na trave de Dudu, que foi um azar, todas as jogadas ofensivas foram desperdiçadas. Se houvesse mais precisão e capricho no último passe, os palmeirenses poderiam ter "matado" o confronto.
Esses problemas têm sido recorrentes no segundo semestre deste ano. O ataque tem mostrado pouca eficiência para concluir em gol, além de uma certa falta de fome para colocar a bola na rede. Sem fazer gols na frente, a defesa, que não vinha mostrado a mesma solidez do primeiro semestre, era vazada, o que custou a queda no Brasileiro e a eliminação na Copa do Brasil. Isso, porém, não aconteceu nesta terça-feira. A maré pode ter virado, talvez na hora certa.