Com pouco número de fãs e ‘da paz’, Portuguesa vai furar regra da torcida única no Paulistão-23
Ministério Público recomenda liberação dos jogos da Rubro-Verde contra rivais com torcida dividida por 'ausência de histórico significativo de violência' de lusitanos
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Acostumados a ter torcida única nos estádios em clássicos de São Paulo desde 2016, corintianos, palmeirenses, são-paulinos e santistas podem colocar o Canindé como local para verem partidas de suas equipes no Campeonato Paulista do ano que vem. Isso porque Ministério Público paulista e Polícia Militar do Estado decidiram que, em um primeiro momento, não há indícios ou motivações para incluir a Portuguesa, que conquistou nesta temporada o seu retorno à elite, no esquema de segurança adotado nas grandes partidas.
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- Por ora, não há previsão para inclusão da torcida da Portuguesa na restrição de torcida única. Não há histórico significativo de violência envolvendo a torcida da Portuguesa - disse ao LANCE! Roberto Bacal, 1º Promotor de Justiça do Juizado Especial Criminal, que atua nos casos envolvendo torcidas organizadas e casos de violência relacionados ao futebol.
A opinião é compartilhada ao L! pela PM. Fontes da corporação ouvidas pela reportagem garantem que um dos pontos destacados nas reuniões realizadas após o término do Estadual deste ano foi o número de torcedores da Lusa que geralmente vai aos estádios, em casa ou nos clássicos fora de casa, que não exige grande empenho de efetivo para escolta, por exemplo.
- Diferente de um Palmeiras x Corinthians, por exemplo, onde temos que deslocar grande efetivo para evitar o confronto entre essas torcidas no estádio onde forem jogar, no caso da Portuguesa, até pelo fato do Canindé estar na Marginal Tietê, o acesso e saída desses torcedores é muito rápido, quase sem encontro com os torcedores da Portuguesa - disse um oficial da PM que atuou por anos em estádios de futebol e preferiu não se identificar.
Prática dotada para coibir os episódios de violência registrados em dia de jogo no estado de São Paulo, a torcida única nos clássicos passou desde então a ser adotada também nas partidas envolvendo, além dos quatro grandes do futebol paulista, as duas equipes de Campinas, Guarani e Ponte Preta.
- Há um comitê que analisa periodicamente a questão, do qual fazem parte o MP, a Magistratura e as polícias Civil e Militar, todos que atuam na área do torcedor. A posição unânime até então é pela manutenção da torcida única em clássicos. No entendimento dos vários órgãos públicos a medida busca evitar a ocorrência de uma violência descontrolada e tem sido efetiva nos últimos anos, permitindo mais público nos estádios, menos confronto em trens e metrôs, volta das famílias e melhor controle dos atos violentos - completou ao L! o promotor Bacal.
De fora da norma, o torcedor da Portuguesa poderá matar em 2023 a saudade de enfrentar seus maiores rivais no Canindé. O último confronto do clube contra um grande em seu estádio foi em 19 de janeiro de 2014, quando perdeu por 2 a 1 para o Corinthians
Naquele ano e em 2015, quando uma Lusa recém-rebaixada no Campeonato Brasileiro pelo caso Héverton tinha apenas o Paulistão para encarar seus rivais diretos da cidade, o último clássico trouxe um sentimento doloroso à torcida. Isso porque em 8 de abril de 2015 a equipe foi até o Morumbi e, com a derrota por 3 a 0 para o São Paulo, acabou sendo rebaixada à Série A-2, condição que só reverteu neste ano.
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