O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro não está preocupado com as ameaças de alguns países de não participar da Olimpíada por conta do zika vírus. Na terça-feira, o diretor do Comitê Olímpico do Quênia, Kipchoge Keino, garantiu considerar a possibilidade de não enviar seus atletas para o evento caso o zika atinja “níveis de epidemia” – mais tarde, os quenianos mudaram o discurso e, em comunicado, a entidade disse que “ainda não tomou uma decisão específica".
Vale lembrar que um dia antes a Reuters divulgou que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos teria liberado os atletas da Rio-2016 caso eles temessem o risco de contágio. No entanto, a informação foi negada pela entidade em nota oficial.
– Ainda faltam alguns meses para os Jogos. Vamos ter algumas turbulências como essas. No nosso inverno, o nível de infecção cai quase a zero. Com as inspeções diárias nos locais dos eventos, estamos amplamente confiantes – disse o diretor executivo de comunicações do Comitê Rio-2016, Mario Andrada, ao LANCE!.
– Isso faz parte da cobertura olímpica. Já passamos pela questão da água, do orçamento... Agora é o zika. Nós do Comitê temos de resolver os problemas, fazer as inspeções todos os dias e diminuir a quantidade de mosquitos – completou.
O Comitê Organizador tem visto tais manifestações como uma pressão da mídia internacional. Mesmo assim, existe um contato semanal com o Comitê Olímpico Internacional (COI), federações mundiais e comitês nacionais para deixá-los informados sobre todas as ações relacionadas aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, entre elas o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor do zika vírus e da dengue.
– Essa questão é muito grave. Temos de ficar atentos, e estamos muito atentos, para não deixar as coisas fora de controle. Sabemos que daqui para frente vão acontecer essas situações. A Olimpíada agora é um assunto global. Então, vamos aparecer para o mal primeiro e, depois, para o bem – avaliou Andrada.
Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou o zika vírus na lista de emergência de saúde pública internacional. A preocupação é com a velocidade de sua disseminação e suas consequências. A principal é sua possível vinculação com bebês nascidos com microcefalia (má-formação do cérebro). Há 404 casos da doença confirmados no Brasil e 4.783 em estudo, de acordo com balanço do Ministério da Saúde do último dia 2.