Ministro diz que epidemia de zika vírus não cancelará Olimpíada
George Hilton acredita que esforços dos governos e do Comitê Organizador assegurarão o combate aos criadouros do Aedes aegypti, transmissor da doença
O ministro do Esporte, George Hilton, descartou a possibilidade de os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 serem cancelados em razão de uma possível epidemia de zika vírus. Em nota oficial, ele defendeu que os esforços dos governos e do Comitê Organizador do evento assegurarão o combate aos criadouros do Aedes aegypti, que transmite esta e outras doenças.
"Essa possibilidade não está em discussão. O Governo brasileiro está integralmente empenhado em garantir que os Jogos Rio 2016 transcorram com segurança e tranquilidade", informou o ministro, em nota oficial.
O assunto foi levantado na última quarta-feira, após os pesquisadores americanos Arthur Caplan e Lee Igel assinarem uma coluna na revista Forbes pedindo a não realização dos Jogos por conta da proliferação da epidemia.
No início da semana, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um sinal de alerta ao afirmar que o zika vírus é uma emergência de saúde pública internacional e requer medidas urgentes em todo o planeta.
A preocupação da OMS é a velocidade de disseminação do vírus e as consequências devastadoras. A principal é a possível vinculação do zika com casos de bebês que nascem com microcefalia (má-formação do cérebro). Há 270 casos de microcefalia confirmados no Brasil e 3.448 em estudo.
Atualmente não há vacina ou medicamento para o zika. Os sintomas da doença são: febre, dor de cabeça e no corpo e manchas avermelhadas.
Nas Américas, 26 países já relataram casos de zika vírus. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, entre 3 milhões e 4 milhões de pessoas poderiam ser contaminadas pelo vírus em 2016. O Brasil é o país mais afetado, com cerca de 1,5 milhão de casos desde abril.
Leia a nota divulgada pelo ministro George Hilton
O Governo brasileiro lamenta a publicação de matérias e opiniões na imprensa que cogitam a possibilidade de cancelamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 por causa da epidemia do vírus Zika. Essa possibilidade não está em discussão. O Governo brasileiro está integralmente empenhado em garantir que os Jogos Rio 2016 transcorram com segurança e tranquilidade.
O vírus Zika é um problema mundial. O Brasil está fazendo a sua parte e tem mobilizado intenso esforço internacional na luta contra a doença. As ações coordenadas dos Governos federal, estadual e municipal de combate ao vírus Zika e as medidas tomadas pelo Comitê Rio 2016, combinadas à mobilização nacional contra o mosquito, assegurarão o eficaz combate aos criadouros do Aedes aegypti, transmissor do vírus.
Além disso, o período de realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, durante o inverno brasileiro, é, historicamente, de baixa incidência de chuvas e de mosquitos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), que é a autoridade internacional competente para pronunciar-se sobre qualquer questão relacionada à saúde, não fez, em nenhum momento, qualquer recomendação para que se evitem viagens por causa do Zika. Pelo contrário, a OMS tem sido explícita em afirmar que não deve haver nenhuma medida restritiva de viagens ou de comércio por conta do vírus Zika.
Da mesma maneira, a Organização Mundial de Turismo (OMT) também afirmou, no dia 1º de fevereiro, que, em consonância com a determinação da OMS, não deve haver qualquer restrição de viagens para as áreas afetadas pelo vírus.
Os Jogos Rio 2016 se realizarão com total atenção à saúde de todos os participantes da maior festa do esporte mundial.