Uma nova análise das águas do Rio de Janeiro encomendada pela agência de notícias Associated Press (AP) afirma que os locais de provas dos Jogos Olímpicos de 2016 estariam contaminados não apenas nas proximidades da terra, mas também longe da costa, o que aumentaria o risco à saúde de atletas.
A notícia relaciona o resultado das coletas com os casos recentes de doenças contraídas por esportistas que vieram ao Rio. Em agosto, o velejador alemão Erick Heil precisou ser internado devido a uma infecção causada por bactéria, após o evento-teste da modalidade.
– Estamos falando de um ambiente extremo, em que a poluição é tão alta que a exposição é iminente e a probabilidade de infecção é muito grande – disse à AP Kristina Mena, especialista em vírus transmitidos pela água e professora associada de saúde pública no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas.
As análises apontam riscos de contaminação na Baía de Guanabara, palco da vela, a Lagoa Rodrigo de Freitas, que receberá as competições de remo e canoagem velocidade, e a Praia de Copacabana, onde haverá disputas de maratona aquática e triatlo.
Essa é a segunda parte de um estudo que começou a ser publicado em julho. Na ocasião, a agência concluiu que a presença de vírus patogênicos associados a esgoto humano aconteceria em níveis até 1,7 milhão de vezes acima do patamar considerado alarmante nos Estados Unidos e na Europa.
Em resposta aos questionamentos sobre o problema, o Comitê Rio-2016 informou em outubro que os testes bacteriológicos passariam a ser feitos, em parceria com o governo do estado, com maior frequência, dentro dos que foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A medida, no entanto, não inclui testes virais, que, segundo a AFP, seriam necessários para avaliar a qualidade das águas. A reportagem afirma locais apontados como seguros de bactérias fecais podem apresentar níveis de vírus equivalentes aos do esgoto bruto.