Recorde histórico em totais de medalhas. Melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos em termos de ouros. Conquistas em modalidades pouco difundidas no país. Não dá para classificar a campanha do Time Brasil na Rio-2016 como algo ruim. Ao mesmo tempo, a realidade também mostra uma outra situação: o principal objetivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB) não foi atingido, e a delegação não ficou no top 10 no quadro de medalhas.
Faltou pouco, mesmo assim, o desempenho terminou abaixo do esperado. Para terminar entre os dez melhores países no total de láureas, a expectativa era conquistar entre 22 e 23 pódios. Número obtido pelo Canadá, justamente o décimo colocado, com 22. Os brasileiros tiveram 19, ocupando assim, a 12ª colocação.
O COB sempre baseou sua meta pelo número de conquistas do décimo colocado em Jogos anteriores. Até por isso, meses antes da Rio-2016, o trabalho se baseava em faturar entre 27 e 28 láureas (a Itália terminou Londres-2012, com 28, a Ucrânia teve 27 em Pequim-2008). No entanto, esse número foi revisto e mudou com poucas semanas de antecedência para os Jogos do Rio.
O problema é que modalidades vistas com grandes chances de irem ao pódio não conseguiram o desempenho esperado. O vôlei feminino, até então bicampeão olímpico, caiu nas quartas de final; apesar de ter trazido três medalhas, o judô sonhava com mais conquistas, assim como a vela, que terminou a Olimpíada apenas com uma conquista, o ouro de Martine Grael e Kahena Kunze. O vôlei de praia também não atingiu a meta, já que muitos até falavam em quatro láureas, mas vieram duas: um ouro e uma prata, uma de cada naipe.
Por outro lado, esse é o melhor resultado do Brasil na história olímpica. Ao todo, foram sete medalhas de ouro. O recorde anterior tinha sido obtido em Atenas-2004, com cinco. No total de medalhas o país também bateu o melhor desempenho anterior, que tinha sido de 17, em Londres-2012.
Algumas modalidades se destacaram. Pela primeira vez na história, os brasileiros faturaram medalhas na canoagem, e foram três de uma vez nas provas de velocidade. Um desempenho igual ao da ginástica artística, que até então, tinha apenas uma láurea na história olímpica. Importante destacar também as conquistas no atletismo (ouro de Thiago Braz no salto com vara) e no tiro esportivo (prata de Felipe Wu na pistola de ar de 10m). Isso sem contar os inéditos ouros no futebol masculino e no boxe, com Robson Conceição.
Desde a escolha do Brasil como sede dos Jogos Olímpicos deste ano, em 2009, não faltou investimento no esporte. Em setembro de 2012, o governo federal lançou o Plano Brasil Medalhas visando os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. A meta era permitir que, ao fim da Rio-2016, o Brasil estivesse classificado, pela primeira vez na história, entre os dez melhores da competição. Para isso, seriam feitos investimentos de R$ 1 bilhão nesse atual ciclo olímpico. Na época, foram mapeadas as modalidades olímpicas com mais chances de colocar um atleta no pódio, e 21 esportes foram escolhidos para receber esses investimentos.
Pelo menos nesse ciclo, apoio não faltou. A meta do top 10 não foi alcançada, mas muitas coisas boas podem ser tiradas da Rio-2016. A esperança é que os olhos para o esporte olímpico não se fechem.
SOBE
Isaquias Queiroz
Se tornou o primeiro atleta do Brasil a conquistar três medalhas em uma única edição da Olimpíada: duas pratas e um bronze.
Thiago Braz
Faturou a única medalha do atletismo, com um ouro no salto com vara. E teve direito a recorde olímpico: 6,03m.
Rafaela Silva e Robson Conceição
A judoca e o boxeador faturaram os únicos ouros de suas modalidades.
Futebol e vôlei
Os times masculinos conquistaram o ouro após um início com desconfiança. No futebol foi a primeira conquista.
Vela e tiro
Martine Grael e Kahena Kunze levaram a única medalha da vela: ouro. Já Felipe Wu faturou a prata no tiro esportivo.
Ginástica artística
Foram três medalhas, somente com o time masculino (duas pratas e um bronze). Algo inédito para o país.
DESCE
Judô
Foram três medalhas (um ouro e dois bronzes), mas o resultado ficou abaixo do esperado pela Confederação.
Vôlei e handebol
As equipes femininas estavam apontadas como favoritas a uma medalha, mas perderam nas quartas.
Basquete
Campanha decepcionante nos dois naipes, com eliminação na primeira fase. As mulheres perderam todos os cinco jogos no torneio olímpico.
Vela
Modalidade com bons resultados na história, teve apenas uma láurea.
Fabiana Murer
Novamente, não foi bem em uma Olimpíada. Com uma hérnia de disco cervical, a varista foi eliminada ainda na fase classificatória da competição.
Tênis
Na duplas, Marcelo Melo e Bruno Soares caíram nas quartas de final.