Não torço para a Argentina nem em campeonato de escola de bolinha de gude. Não compreendo como alguns amigos torcem para o Boca Juniors ou admiram Diego Maradona. A rivalidade no esporte é muito intensa, mas termina ao final da disputa. O respeito é muito grande pelos nossos "hermanos". Sua dedicação e garra são exemplares. Fico imaginando se eles tivessem o nosso tamanho e a nossa população. O quanto eles seriam maiores que a gente. Dá até medo.
Apenas como exemplo, a Argentina já ganhou cinco prêmios Nobel (dois da Paz, dois de Medicina e um de Química), enquanto nós ainda estamos atrás do primeiro. Será que estamos? Bom, vamos nos concentrar no esporte.
Com um quinto da população em uma área três vezes menor que a nossa, os argentinos possuem uma história não muito inferior à nossa em Jogos Olímpicos. Antes da Rio-2016, eram 70 medalhas no total, contra 108 do Brasil.
Alguns pódios argentinos foram históricos como a medalha de ouro no basquete masculino em Atenas-2004, com direito a vitória sobre o Dream Team na semifinal. Aliás, eles sempre são adversários duríssimos da gente nos esportes coletivos dentro ou fora das olimpíadas. No futebol, por exemplo, já soma dois ouros.
Na Rio-2016, a medalha de ouro de Paula Paretto foi impressionante, afinal o judô argentino não tem nem 10% da estrutura do nosso. No tênis, Juan Martin Del Potro passou por Novak Djokovi, Rafael Nadal e só foi parar na final diante de Andy Murray. Mas isso não é novidade. Eles são muito mais tradicionais no tênis do que a gente.
Como seria se a Argentina tivesse condições de gastar R$ 40 bilhões para organizar uma edição de Jogos Olímpicos com 200 milhões de pessoas à sua disposição para produzir uma delegação? A impressão que fica é que teria um desempenho muito melhor que o nosso.
Mas talvez o tempo da Argentina tenha passado. Nosso desempenho na ginástica, canoagem, atletismo (salto com vara), boxe, maratona aquática, etc... mostra que estamos começando a ter uma semente olímpica. Vamos ver se o apoio vai continuar depois da Rio-2016.