Ingrid Oliveira quer afastar rótulo de musa: ‘Não é concurso de beleza, é uma Olimpíada’

Após ganhar destaque nos Jogos Pan-Americanos por conta de uma foto nas redes sociais, saltadora brasileira quer ser reconhecida pelos bons resultados nas piscinas

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Cerimônia de boas-vindas à delegação brasileira na Vila Olímpica dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Apesar de o Brasil não ser um país onde os saltos ornamentais são muito difundidos, Ingrid Oliveira é uma das atletas mais requisitadas para entrevistas. Um pouco pelos resultados dentro das piscinas, como a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN), em 2015, ao lado de Giovanna Pedrosa. E um pouco mais pelo fato de ter se tornado a musa da competição no Canadá.

Mais de um ano após o Pan, Ingrid quer mudar completamente essa situação e afastar de vez tal rótulo. A Olimpíada do Rio surge, então, como uma boa oportunidade para isso.

- Fico um pouco frustrada, porque parece que ofusca a medalha que eu e a Giovanna ganhamos – disse.

- Sempre coloco foto treinando de maiô e nunca ninguém falou nada. Mas depois daquilo todos resolveram falar um monte de coisas. Quero muito mudar isso, quero ser vista como uma atleta e não como uma musa. Até porque, não é concurso de beleza, é uma Olimpíada. É para ver esporte e não a beleza das pessoas. Quero muito mudar isso – completou.

Ingrid ganhou muita notoriedade nos Jogos Pan-Americanos quando colocou nas redes sociais uma foto de biquíni em um dos locais de competição. Foi nesse momento que passou a receber o rótulo de musa. Se não bastasse, uma nota zero durante uma de suas apresentações no salto também a colocou em evidência na competição.

Para afastar o medo de um novo erro, a atleta passou a fazer um trabalho com uma coach. A intenção é melhorar a parte psicológica para obter um desempenho melhor durante as competições. Segundo ela, os primeiros resultados já estão aparecendo.

- Como eu errei aquele salto, fiquei como medo de fazer de novo e dar errado. Então, ela (a coach) me ajudou muito no meu psicológico para poder fazer o salto e pensar que tudo iria dar certo. Ela está me ajudando bastante. Hoje, eu me vejo muito diferente. Estou mais madura. Antes, ficava com medo de abrir o olho no meio do salto, o que era uma coisa obrigatória. Ficava fechando o olho por causa do medo. Atualmente, já tenho coragem de abrir para ver onde estou durante o salto – comentou a saltadora.

Em sua primeira participação em uma Olimpíada, Ingrid, de 20 anos, vai participar das provas da plataforma individual de 10m e da plataforma sincronizada de 10m. A brasileira não faz previsões fora da realidade ao ser questionada sobre suas expectativas. Mesmo assim, apesar de saber que as chances de pódio são difíceis, ela sonha com um resultado histórico. Para quem sabe afastar de vez o rótulo de musa.

- Estamos focando do quinto para cima, o que seria um resultado muito bom para o Brasil – avaliou.

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