Maior medalhista brasileiro em uma única Olimpíada, Isaquias Queiroz disse que recebeu a notícia de que será o porta-bandeira do Brasil no encerramento da Olimpíada dentro da Van que o levou da Lagoa Rodrigo de Freitas até a Barra da Tijuca, para aparecer em programas esportivos e dar entrevistas.
- Até me assustei. É uma honra representar o país e será gratificante. O reconhecimento do meu trabalho. Estou feliz pelas medalhas que ganhei e a minha medalha de ouro foi o apoio da torcida, ela cantando o meu nome - disse.
Com seu jeito despachado, o baiano dono de duas pratas e um bronze na canoagem brincou quando perguntado se já se sentia uma celebridade após o sucesso olímpico.
- Ainda não sei a dimensão, o tamanho da bomba, mas ainda não vi nada diferente, tem assedio para foto, mas até agora ficou nisso. Até zoei lá no hotel "essa é a sensação de ganhar a medalha olímpica? Não estou sentindo nada diferente!" O pessoal caiu na gargalhada.
Em seguida, disse que dias antes da prova estava ansioso, a ponto de o treinador Jesús Morlán pedir calma. Mas que não sentiu o peso da competição.
- Mas é verdade, eu ainda imagino que a minha medalha tem um significado maior para o COB do que para mim. E não estava nervoso. Aliás, a Olimpíada é bem mais tranquila do que um treinamento e nada assustador. Lá em Lagoa Santa era uma hora e meia pesada todos os dias. Aqui nos Jogos, uns minutos.
Seriedade mesmo só quando ele diz que não quer usar a sua infância difícil para ganhar atenção, até porque ele considera que muitos outros passaram por situações bem mais complicadas e deram a volta por cima.
As brincadeiras voltaram quando Isaquias foi perguntado se estava homenageando Neymar no penteado ousado. Ele disse que não e ainda mandou um recado hilariante para a criançada que quiser seguir o ídolo no corte de cabelo.
- Eu deixei o visual assim, mais cheio, exatamente para não ficar parecendo com o Neymar. Mas está esquisito, né? Aliás, quero mandar um recado para a criançada: Pelo amor de Deus não imitem meu cabelo, quero todas com seus cabelos bonitinhos.
Por fim, ele conta as horas para voltar à Bahia. Só torce o nariz para a ideia de que irá desfilar em cima de um carro aberto.
- Não sou muito de desfile em carro de bombeiro, queria chegar de mansinho, ver meus familiares, se a minha casa nova está mobiliada. A arrumação terminou nesta semana e não vi como ficou ainda. Mas aceitei, pois a minha cidade merece e se tiver de dançar arrocha, tudo bem. Curto festa mesmo.