Pela Rio-2016, ginasta divide seu tempo entre os treinos e a medicina

Em férias de seu emprego como médica assistente, ginasta americana disputa os Jogos do Rio pelo país de seus pais e tenta se tornar um ícone do esporte na cidade brasileira

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Uma das principais características da ginástica artística é a elasticidade. E nos Jogos do Rio de Janeiro, uma atleta em especial pode se orgulhar de deter esse rótulo. Isso porque o esporte é a sua “segunda profissão”, visto que a competidora da Armênia trabalha como médica nos Estados Unidos. No Brasil, Houry Gebeshian terá a chance de mostrar que “se desdobrar” é um atributo que também pode ser aplicado fora do tablado.

A saga da americana de 27 anos, naturalizada armeniana, começou muito antes do evento. A atleta decidiu defender o país dos pais, o qual visitou apenas duas vezes na vida.

Em 2012, após se lesionar e perder a vaga nos Jogos de Londres (ING), Gebeshian decidiu se dedicar ao diploma para atuar na área médica.

Dois anos depois, passou a trabalhar em uma clínica em Ohio (EUA), auxiliando em partos. Foi aí que a atleta decidiu: voltaria à ginástica.

– Trabalho de forma integral por 40 horas na semana e fico na sala de operações, auxiliando em partos. É algo recompensador. Ajudo a trazer vida a esse mundo, e seguro bebês pela primeira vez, antes de todos! Quando não estou no trabalho, treino na academia. É exaustante. Mas valeu, porque estou na Olimpíada! – disse Gebeshian, ao LANCE!.

Gebeshian divide seu tempo em duas funções (Reprodução/Facebook)

Treinando poucas horas e se dividindo nas duas funções, Houry, enfim, conquistou a vaga, mas percebeu que ainda havia um obstáculo à frente: convencer seu chefe.

– Quando fui entrevistada para meu emprego na clínica, eu disse ao meu chefe: “Vou treinar para a Olimpíada. Sou ginasta e esse é meu objetivo. Terei de ficar um mês fora em 2016”. Não sei se meu chefe pensou que eu estava brincando naquela hora, mas ele me contratou! mesmo assim Estou muito feliz por estar aqui, de “férias” (risos) – brincou a atleta, que precisou economizar suas folgas para ir ao Rio.

Mesmo após se aposentar da ginástica, a armeniana quer seguir ajudando o esporte no país a se desenvolver. Além disso, irá seguir seu trabalho no ramo da medicina.

Após provar sua elasticidade na vida, chegou a hora de Houry Gebeshian mostrar que pode fazer o mesmo em outro lugar: no ginásio.

BATE-BOLA Houry Gebeshian Ginasta, ao LANCE!

LANCE! - Por que se naturalizou?
Houry Gebeshian -
A Armênia não tinha bom programa de ginástica feminina e eles buscavam mais mulheres para representá-los.

L! - Como é a estrutura lá?
HG -
Faltam equipamentos, financiamento. Salta aos olhos: o quanto atletas são bons e o quanto a estrutura é pouca.

L! - O quer fazer no Rio?
HG -
Criei um novo elemento e assim que completá-lo, será batizado em minha homenagem. Esse é meu objetivo, colocar meu nome no livro de regras e ser um ícone na ginástica com isso.

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