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O Dia Olímpico: “Nos Jogos, o sonho nosso de cada dia”

O jornalista deu lugar a uma criança na tarde da sexta. Foi só eu escutar um grito de um voluntário. Uma frase simples, mas que naquele momento se tornou das mais poderosas 

Jogos foram abertos oficialmente na sexta-feira 
imagem camera(Foto: Cleber Mendes)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ) 
Dia 05/08/2016
22:12
Atualizado em 13/04/2020
22:14

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Um sonho de criança sempre será um sonho de criança. Com todos os clichês que isso pode ter. Você pode realizar esses sonhos. Ou pode simplesmente os guardar. Com nostalgia, tristeza, indiferença, ou tudo junto. Mas eles vão ter algum lugar ali na nossa memória para sempre.

Desde criança era fissurado por esportes. Dos mais variados. Futebol, claro, sempre foi o primeiro. Depois me interessei por outros tantos, até começar a torcer para um time de futebol americano quando a internet era um projeto.

Sempre fui razoável, nunca joguei realmente bem um esporte, então sempre soube que não seria um esportista. Mas sempre acompanhei todos os eventos esportivos possíveis. Obviamente, tinha os meus preferidos. Copa do Mundo, Super Bowl... mas a Olimpíada era aquele xodó.

Jornalismo foi minha terceira escolha de graduação. Mas quando comecei a estudar, resolvi que queria trabalhar com esporte. E só com isso. Entrei no LANCE! no fim de 2005. Já fiz muita coisa, o Super Bowl, inclusive.

Mas na última segunda, cheguei ao Rio para a Olimpíada. E essa ficha não tinha caído até sexta-feira. A correria do dia a dia faz com que a gente às vezes não repare onde estamos e porque estamos em um lugar. Estava assim. De cabeça no trabalho e feliz por poder trabalhar no Rio e tentando honrar outros tantos competentes colegas que por vários motivos não estão aqui. Infelizmente, nem todos podem.

Mas o jornalista deu lugar a uma criança na tarde da última sexta. Foi só eu escutar um grito de um voluntário no Maracanã: “Bem-vindo aos Jogos Olímpicos", ele disse. Uma frase simples, mas que naquele momento se tornou das mais poderosas que eu poderia ter escutado. E eu chorei. Sozinho, lembrando de muitas coisas e pessoas. Que ainda estão com a gente e as que partiram. Meu corpo arrepiou totalmente de uma maneira que a gente não explica. A gente sente. Eu senti. E foi daqueles momentos poderosos. Que não acabou tão cedo.

Foram muitos momentos assim no Maracanã e serão outros tantos nesses próximos dias. Do Hino Nacional na bela voz de Paulinho da Viola a uma derrota doída em alguma modalidade. Que nos farão lembrar por muitos e muitos anos.

Um privilégio estar aqui. Um privilégio viver esse momento.

Obrigado a todos! Vai ter muita Olimpíada!

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