Ela tem apenas 20 anos. É a mais jovem de um grupo de cinco atletas da canoagem slalom do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio (com quatro homens). Mas nem por isso tem sido tratada como a caçula do grupo. Pelo contrário. Não é errado dizer que Ana Sátila é a mais experiente, afinal, mesmo com a pouca idade já está em sua segunda participação olímpica.
Competidora na modalidade K1, a canoísta tem até servido como uma conselheira dos demais atletas da modalidade. Afinal, disputar os Jogos pela primeira vez sempre traz um pouco de ansiedade e um certo deslumbramento.
– Por eu ter participado de Londres (em 2012), já me coloca como a mais velha da equipe, mesmo não sendo. É importante poder passar essa experiência para eles, ver a reação deles. Me vejo neles por conta da reação em uma primeira Olimpíada. É como eu era em Londres – explicou a competidora brasileira.
– Você fica muito admirado com tudo, é sempre uma novidade, você perde um pouco do foco, da sua concentração. É o que eu tenho tentado passar para os meninos. Mas agora, temos de nos manter concentrados. Se você souber dosar ao certo, consegue ter uma experiência muito importante – completou a atleta.
Quatro anos atrás, Ana não era apenas a mais nova da canoagem brasileira. Ela também aparecia como a novata de toda a delegação.
– Londres foi uma experiência sensacional, fico muito feliz por ter participado. Isso me ajudou muito, e está me ajudando no Rio. Competir em casa é uma experiência única, são mais de 400 atletas no time brasileiro – avaliou a canoísta.
Em sua primeira experiência olímpica, a brasileira terminou a disputa na 16 colocação, de um total de 21 competidoras. Com o desempenho, foi eliminada logo na fase preliminar. Agora, no Rio de Janeiro, ela sonha com algo a mais. E os resultados obtidos nos últimos anos contribuem, e muito, para ela acreditar em um bom resultado na Rio-2016.
Ano passado, Ana conquistou duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN): ouro na categoria C1 e prata na prova do K1. Sem contar o título mundial júnior do K1, em 2014, e o vice do mundo do K1 na categoria sub-23, em 2015. Isso é um peso para a Rio-2016? Não para a já experiente competidora.
– Procuro não pensar nisso como pressão. Fui muito jovem para Londres, ninguém imaginava que eu poderia representar o Brasil. Agora, sei do meu foco, do meu objetivo principal. Quero dar o melhor de mim, independentemente do que o pessoal está esperando. Sei que os resultados que conquistei foram bons e o pessoal pode esperar alguma coisa – avaliou Ana, de somente 20 anos.