Rio-2016: empresas ‘amigas’ são suspeitas de fraudar licitações

Polícia Federal investiga desvio de recursos usados em preparação para os Jogos

imagem cameraEsporte olímpico brasileiro está novamente envolvido em polêmicas (Foto: Paulo Sergio/Lancepress)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 13/07/2016
12:41
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Há quase duas semanas, o LANCE! noticiou que, com a realização da Olimpíada no Rio de Janeiro, confederações esportivas, que receberam um valor recorde de investimentos de ordem pública e privada, desviaram ao menos R$ 22 milhões que deveriam ser destinados a equipamentos aos atletas.

Já nesta quarta-feira, o "UOL Esporte" traz indícios que o esquema de fraudes com dinheiro público tem a SB Promoções, do Rio, como a principal beneficiada. A empresa de marketing desembolsou contratos no total de R$ 2,4 milhões com verba de convênios do Ministério do Esporte

A reportagem do site revela que a SB Promoções, que tinha como contratantes as confederações de tiro esportivo, tiro com arco, taekwondo, esgrima, entidades paraolímpicas e clubes, ganhava licitações ou contratos (14 no total) de concorrentes suspeitos, já que se tratavam de empresas de funcionários, familiares ou amigos dos sócios da SB, Sérgio Borges e Maria Aparecia Borges. 

Recentemente, o programa "Fantástico", da "Rede Globo", informou que havia assinaturas falsas em algumas das propostas de concorrentes da SB, investigada há dois anos pela Polícia Federal.

Seja por amizade ou algum grau de parentesco, o site afirma ter encontrado outras empresas cujos donos são ligados a sócios da SB Promoções - como a Alfa Quality, Akarui, MD Consultoria e Arca Turismo. Em suma: isto pode ser uma prova que as licitações foram forjadas para favorecer a SB.

Mais sobre a investigação da polícia

O caso é investigado pela Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), no Rio de Janeiro. Em uma das compras, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) recebeu R$ 3 milhões para adquirir filmadoras, computadores, entre outros produtos de informática. A entidade informou ao Ministério que teria gasto, por exemplo, R$ 2,4 mil em cada câmera, mas a empresa em Saquarema (RJ) forneceu objetos avaliados em R$ 200.

Em outros casos, ainda envolvendo a CBTKD, foi aberta uma licitação para a aquisição de tatames, sendo que a empresa vencedora é uma distribuidora de bebidas, que nega ter participado da concorrência no valor de R$ 432 mil.

Polêmica não é inédita

Essa não é a primeira vez que as confederações olímpicas brasileiras têm os nomes envolvidos em polêmicas. Apenas durante o ciclo olímpico de 2012-2016, diversas entidades tiveram seus administradores sofrendo algum tipo de denúncia de má gestão.

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