ANÁLISE: Aguirre, Soteldo e torcida mostram caminhos para o Santos se salvar do rebaixamento
Aplicação tática, foco, técnica e apoio incondicional impulsionam o Peixe a vencer o Grêmio
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O Santos entrou pressionado para enfrentar o Grêmio, no domingo (20). Não necessariamente pela torcida ou em razão das infindáveis crises recentes, mas pela possibilidade concreta de ser rebaixado no Campeonato Brasileiro. O time não vinha de boas exibições e fatores extracampo também atrapalhavam, mas Diego Aguirre, Soteldo e os alvinegros que compareceram à Vila Belmiro mostraram possibilidades para o Time do Rei se salvar.
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O Peixe seguiu, durante 2023, uma 'receita' para a queda. Mas as soluções para evitar a maior tragédia da história do clube podem ser mais simples do que parece.
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NO PLANO TÁTICO
Com uma das piores defesas do Brasileirão, o Santos precisava, antes de mais nada, 'fechar a casinha'.
João Lucas e Gabriel Inocêncio não correspondiam na lateral-direita, e Aguirre encontrou soluções, a princípio. Contra o Grêmio, a linha defensiva do Peixe foi totalmente inédita: Joaquim, João Basso, Alex e Dodô. Lucas Braga alternava como ponta e ala, e Joaquim era um terceiro zagueiro e 'falso lateral'.
A partir da mudança no lado direito, toda a defesa foi reestruturada. Basso ficava na 'base' da saída de bola, Alex — canhoto — abria pela esquerda e Dodô ganhou liberdade para flutuar entre o meio e o flanco. Rodrigo Fernández protegia a zaga e Jean Lucas podia ajudar mais ofensivamente. Lucas Braga abusou da velocidade para incomodar Reinaldo e contribuiu na recomposição.
Com esse desenho, Lucas Lima, Mendoza e Marcos Leonardo puderam se aproximar e ficar um pouco mais soltos. Deu resultado, o Santos se organizou para defender melhor (17 desarmes contra oito do Grêmio, segundo a plataforma Footstats) e criou alternativas para atacar. Tudo isso com a realocação de somente um jogador que estava no elenco para uma nova função. Lucas Braga e Dodi também atuaram no setor, que é motivo frequente de dor de cabeça.
- (Joaquim) Jogou bem, foi um bom jogo. Mas não foi uma improvisação, porque Joaquim já jogou no Cuiabá vários jogos nessa posição. Falei com ele na semana, falou que estava pronto para ajudar. Tem velocidade e jogo aéreo. Depois passei Lucas Braga para termos um lateral mais ofensivo - explicou o treinador uruguaio, em coletiva de imprensa.
NÚMEROS DA PARTIDA
SOTELDO BEM E TAMBÉM COM TOQUE DE AGUIRRE
Soteldo costuma jogar como ponta, mas entrou no segundo tempo para atuar centralizado, no setor de Lucas Lima. De acordo com Aguirre, a intenção era ocupar o espaço nas costas dos volantes do Grêmio.
O venezuelano tem qualidade no passe, velocidade e conseguiu aproveitar a lacuna do adversário. Além disso, após a reintegração, o jogador se mostrou focado em ajudar o Peixe, que deposita muita confiança para que ele seja o diferencial do time, o protagonista.
Resultado: Soteldo mudou o jogo. Com qualidade técnica de sobra e aplicação tática, ele deu duas assistências, que geraram a vitória de virada do Santos. Os gols foram de Marcos Leonardo e Julio Furch.
!TORCIDA: UM ESPETÁCULO!
O terceiro fator determinante — e talvez o mais importante — para o caminho das vitórias ser reencontrado foi a participação dos santistas. Nos arredores da Vila Belmiro, desde 13h os torcedores se concentravam em peso, cantavam e festejavam. Quando o ônibus da delegação do Santos chegou, houve gritos de apoio, foguetório e sinalizadores de festa.
Durante o jogo inteiro, os torcedores não pararam de apoiar. A Vila Belmiro 'pulsou' e foi o alçapão que se notabilizou durante sua história. O cenário esteve muito diferente daquele visto diante do Corinthians, em 21 de junho, quando o clima era de protestos e terror.
E AGORA?
A situação do Santos segue delicadíssima apesar da vitória. Adversários diretos na luta contra o Z4, Bahia e Vasco venceram na rodada, e o Coritiba fez frente ao Flamengo. Clique aqui e confira a tabela e os próximos jogos do Brasileirão.
Porém, mesmo com a receita para a queda sendo preparada durante o ano, algumas saídas 'simples' mostram que há esperança: o trabalho do técnico, o foco e o poder de decisão do protagonista e o apoio imparável da torcida.
Ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa, até porque Aguirre tem somente dois jogos no comando do Peixe e é preciso mostrar regularidade. No entanto, as alternativas para o Alvinegro deixar a zona do rebaixamento e fugir do fantasma da Série B estão visíveis.
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