Análise: Avanço dos laterais é positivo para o Santos, mas precisa ser trabalhado defensivamente
Participação de Pará e Felipe Jonatan foi importante para boa partida santista contra o Flamengo, mas exposição defensiva resultou no gol da vitória dos cariocas
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É inegável que o Santos desde que foi assumido por Cuca tornou-se um time mais ofensivo do que no primeiro semestre, quando dirigido por Jesualdo Ferreira. E isso se deve muito ao novo posicionamento e a participação ofensiva dos seus laterais.
No entanto, ainda isso seja um fator que evidencie a melhoria santista, ele também pode ser responsável por gols sofridos, como no revés por 1 a 0 para o Flamengo, neste domingo (30), pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, na Vila Belmiro.
Cuca, portanto, terá que trabalhar alguma forma de manter a qualidade ofensiva nas subidas dos laterais ao ataque sem deixar brechas nos espaços defensivos pelas pontas do campo.
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Como pode dar certo?
Com Jesualdo, os quatro homens de defesa se posicionavam em linha. Com Cuca, desde a sua estreia, já era notável que os laterais sempre se colocavam um passo a frente dos zagueiros na saída de bola. Neste domingo, a variação foi além em alguns momentos, com o Peixe em 3-6-1 na saída de jogo, explorando a qualidade na saída de bola de Jobson, que substituía o volante Alison, suspenso.
Nesses momento, os laterais compuseram o meio, que tinha os dois pontas, Marinho e Soteldo, aberto nas extremidades, os laterais no meio-campo, pendendo cada um para o seu lado, e a dupla de meias, Pituca e Sánchez, centralizados. Jobson se posicionava entre os zagueiros Lucas Veríssimo e Luan Peres. Raniel era o único a frente, mas se movimentando bastante.
Embora ainda tivesse abusado das ligações diretas, o que é compreensível já que o Santos tem os seus dois principais jogadores, Marinho e Soteldo, atuando pelas pontas, se viu a atitude de um Peixe tentando sair trocando passes. Valeu a ideia, mas a execução precisa ser melhorada com a manutenção mais duradoura da distribuição. Em todo o caso, para que isso aconteça, o posicionamento dos laterais é fundamental para que o meio-campo possa estar melhor preenchido.
E ainda que o Alvinegro Praiano siga apostando nas bolas longas, que não tem como deixar de fazer do dia para noite, a aproximação dos laterais aos pontas amplia o repertório dos extremos, que poderão trabalhar a tabela, como foi na criação do primeiro gol anulado do Santos contra o Fla, onde Marinho foi pra cima de Filipe Luís, soltou para Pará, que cruzou a meia altura para Raniel escorar pro gol, quanto pode abrir espaço para a jogada individual dos atacantes, explorando tanto o chute de média distância, quanto o mano a mano, ambas características muito presentes em Marinho e Soteldo.
Onde pode dar errado
No gol flamenguista, Felipe Jonatan erra um passe no comando de ataque, os cariocas descem em bloco e Gabigol, ao receber um passe na grande área, do lado direito, não perdoa. Minutos antes, Pará tenta fechar os espaços de Arrascaeta que encontra Bruno Henrique entre os zagueiros e o atacante para no goleiro João Paulo.
Embora no lance do gol rubro-negro a falha tenha sido individual do lateral-esquerdo santista, se analisarmos os dois lances citados é notável que o avanço dos laterais, seja em estocadas defensivas ou se posicionando à frente dos zagueiros, e não em linha, como era feito com Jesualdo, propicia espaços vitais para o adversário explorar, e traz a certeza de que para manter essa ideia de jogo, qualificada ofensivamente, Cuca terá que pensar em soluções para fortalecer a marcação defensiva.
Com o retorno de Alison para o duelo contra o Vasco, nesta quarta-feira (02), às 21h30, na Vila Belmiro, o time ganha um atleta mais forte na marcação, embora perca opção de saída com passes. Mesmo assim, a entrada do camisa 5 talvez seja a solução para encorpar a cobertura defensiva santista.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini
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