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ANÁLISE: Derrota para o Palmeiras é duro (e necessário) choque de realidade para o Santos

DNA histórico do Peixe precisa ser colocado de lado

Palmeiras x Santos
Palmeiras superou o Santos com facilidade (Foto: Fernando Roberto/ LANCE!)

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O Santos não quebrou o tabu, que dura mais de três anos, contra o Palmeiras: o Peixe não vence o rival desde 2019. No último confronto entre os dois, disputado no Morumbi, a disparidade entre eles ficou latente. Além disso, a duras penas, ficou claro que o Alvinegro precisa se readequar à sua nova realidade.

Na primeira etapa do clássico do último sábado (4), o Santos posicionava todos os seus jogadores no campo de ataque quando tinha a bola, com os dois laterais abusando de subidas pelos corredores.


Então perdendo por 2 a 0 e 'na roda' para o Verdão, no intervalo o técnico Odair Hellmann resolveu substituir o volante Dodi pelo meia-atacante Lucas Braga. Com isso, o treinador adiantou a marcação para incomodar a saída de bola alviverde.

Nada disso surtiu efeito. Pelo contrário, Rony, Dudu e depois Giovani, os pontas do Palmeiras, tinham muito espaço para avançar nas costas dos laterais. Com uma saída organizada, o Alviverde tirava a pressão com facilidade e encontrava seus atacantes em superioridade númerica. Eduardo Bauermann e Messias atuaram expostos em quase todo o jogo.

Palmeiras 3 x 1 Santos - Paulistão 2023 - Gabriel Menino
Palmeiras 3 x 1 Santos - Morumbi (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

UM PASSO ATRÁS É NECESSÁRIO

O DNA santista é de um futebol ofensivo, que privilegia a qualidade individual dos jogadores. Porém, isso não pode ser o norte do time atual. É preciso se readequar.

Diante do melhor time do campeonato, em um clássico, competir deveria ser o objetivo principal. Como? Fortalecendo a marcação no meio-campo para não deixar os zagueiros expostos e segurando os laterais, por exemplo.

Apostar na bola parada também seria uma saída. Por que não? A única finalização do Santos no gol do Palmeiras foi quando Eduardo Bauermann balançou as redes, aos 48' do segundo tempo, de cabeça após cobrança de falta. Os dois primeiros gols do Verdão se originaram de escanteios — com falhas da defesa santista, diga-se. Qual é a vergonha disso?

A realidade alvinegra requer mudanças estruturais. E isso não é um sinal de apequenamento. Até Odair Hellmann concorda.

- O jogo tava 3 a 0, Lucas Pires não tinha mais condição de jogo. Fim do jogo, sem lateral-esquerdo, se eu coloco mais um atacante você acha que viraria o jogo? Momento era para não tomar mais gols, saber reconhecer. Não é uma questão de cultura, Santos é enorme, talvez o maior da história. Mas naquele momento eu tinha um jogador a menos. Não é apequenar, é saber reconhecer o momento - disse o técnico na coletiva de imprensa, sobre ter substituído o centroavante Marcos Leonardo pelo zagueiro Maicon mesmo perdendo por 3 a 0.

O alerta vermelho está aceso no Santos. A temporada vai colocar o Peixe frente a frente com equipes de alto nível, como o Palmeiras, mais vezes do que com times do Paulistão. E estes já complicaram a vida do Alvinegro no Estadual.

Dar um passo atrás, abandonar o tal 'DNA' e fazer um 'arroz com feijão' bem feito é necessário. A prioridade do Santos é competir, senão 2023 pode ser cruel com um dos maiores clubes da história do futebol brasileiro.

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