Não é de hoje que é nítido que a principal deficiência do Santos está no meio-campo. Desde o início da temporada, quando o time era treinado por Jesualdo Ferreira, as dificuldades de criação eram grandes, e elas permanecem com Cuca, que, por sua vez, está buscando alternativas. E no empate em 1 a 1 contra o Fortaleza, neste domingo (27), pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, na Vila Belmiro, Lucas Lourenço se credenciou de vez como uma bem interessante.
Sem poder contratar, por conta de ações na Fifa que bane o Peixe de registrar novos atletas até que quite dívidas com o Hamburgo (ALE) e Huachipato (CHI), a solução para composição do elenco tem sido a base, utilizada pelo atual treinador para promover Lourenço, que por pouco não deixou o clube ao fim do seu contrato, em setembro, agora renovado até 2024. Ele é o jogador com mais demonstrativo de organização central, o chamado 10 clássico, no elenco santista.
Contra o Leão do Pici, o Menino da Vila foi reserva, entrando aos 37 minutos do segundo tempo, e em três minutos foi responsável pela criação de três oportunidades efetivas de gols, deixando Soteldo na cara do gol, para finalizar para fora, em uma, arriscando da entrada da área e obrigando Felipe Alves a fazer a intervenção em outra e encontrando Marinho que teve a finalização bloqueada na terceira. Isso deixou claro que o time santista precisa de um articulador que faça a bola chegar mais vezes aos atacantes em condição de finalização.
Realidades distintas
Enquanto no primeiro semestre, o ex-treinador, Jesualdo Ferreria, não abria mão do tripé, Alison, Pituca e Sánchez, confiando no poder ofensivo de Diego e de articulador do uruguaio, o que não deu certo, Cuca por muito tem acreditado que um atacante de beirada também poderá render no meio, mas com tentativas frustradas com Tailson e Arthur Gomes – principalmente o segundo, que teve uma grande atuação atuando como ponta no empate em 0 a 0 contra o Botafogo, pela 11ª rodada do Brasileirão, substituindo o suspenso Soteldo, mas que não mantém as mesmas boas atuações quando é inserido centralizado.
Até Jean Mota, que é o mais próximo de um meia articulador que o elenco do Peixe tem, sem contar Lucas Lourenço, embora seja versátil e atue em outros setores, não tem abraçado as oportunidades que teve na sua posição de origem – aina que tenha marcado o gol da vitória do Alvinegro por 2 a 1 sobre o Delfin, na última quinta-feira (24), pela Conmbebol Libertadores, no primeiro toque na bola após sair do banco de reservas.
Com isso, é nítido que Lucas Lourenço precisa ganhar mais minutos em campo pelo Santos, quiçá como titular, pois soma a necessidade de um meia-armador entre os titulares do Peixe e o mérito de ter entrado bem durante não só nessa partida contra o Fortaleza, mas como contra o São Paulo e Delfin também.