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Análise: O Santos não pode desistir do meio-campo para criar jogadas

Contra o Corinthians, o Peixe insistiu em jogar pelas beiradas e teve articulação central inexistente no segundo tempo

Jean Mota
Jean Mota foi substituído no intervalo do clássico contra o Corinthians (Foto: Ivan Storti/Santos)

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Na ausência de meio-campo, “problema crônico” do Santos desde o início da temporada, a comissão técnica achou por bem extingui-lo de vez no segundo tempo do empate em 1 a 1 contra o Corinthians, nesta quarta-feira (07), pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, na Neo Química Arena.

Com nove desfalques, até que o time não foi tão “remendado” em improvisações, sendo que a única delas surtiu efeito positivo, com Madson, que é lateral-direito de ofício, atuando pela ponta direita e marcando o gol santista no jogo, após aproveitar o cruzamento de Jean Mota e entrar no segundo pau, aos 11 minutos do primeiro tempo.

No entanto, após 20 minutos inciais avassaladores, onde se fosse com ímpeto ao ataque poderia até mesmo ampliar o marcador, o Peixe diminuiu o ritmo e voltou a escancarar problemas. O time não mantinha trocas de passes, embora no primeiro tempo apresentasse organização central. O grande problema, portanto, foi abaixar as linhas, chamar o Corinthians ao ataque, mesmo o time do Parque São Jorge não agredindo e “achando” um gol no fim da etapa inicial, e não transicionar com velocidade para balançar as redes mais vezes quando tinha a rédea do jogo.

Para a etapa final, a alternativa, no entanto, não foi ajustar o meio-campo, mas desistir dele e explorar apenas as pontas, com dois atacantes de área.

Jean Mota fez bom primeiro tempo, deu assistência, mas saiu para dar entrada a Tailson, que, por sua vez, deslocou Lucas Braga, que era ponta esquerda, como segundo atacante, ao lado de Kaio Jorge, e mantendo Madson pela ponta direita.

Quando Marcos Leonardo entrou, para a saída de Luiz Felipe, parecia que Kaio Jorge faria a função de meio-campo, como já fez por alguns minutos em partidas recentes, com Madson deixando a ponta direita e alternando o resguardo da zaga com a lateral, junto a Pará. Contudo, a ideia de Cuquinha, comandante santista no clássico, com a ausência do técnico Cuca, suspenso, deslocou Lucas Braga pela ponta direta, manteve Tailson, que mais uma vez fez uma má partida, pelo lado oposto, e teve Kaio e Marcos na área.

O Santos voltou a ter meio-campo nos 15 minutos finais, quando Lucas Lourenço entrou pelo setor. Junto a Jean Mota e Anderson Ceará, que voltou a ser relacionado após ficar quase dois meses fora, por conta de problemas no joelho, o Menino da Vila é um dos poucos centrais do Alvinegro.

No geral, o time que jogou bem no primeiro quarto da partida caiu de ritmo quando abaixou as suas linhas, não quando perdeu o meio-campo. Pituca, embora ainda fora da posição que desempenha o seu melhor futebol, mostra esforço para se encaixar. Voluntarioso, fez boa partida. Jobson também foi bem nos passes e desarmes e atuou dentro do que se espera. No entanto, explorar os extremos e esquecer a faixa central do gramado na etapa final foi o que de pior poderia ter acontecido tecnicamente com o Peixe diante do Corinthians.

* Sob supervisão de Vinícius Perazzini

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