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Análise: Quem chegar e ficar no Santos precisa tratar o clube como Jesualdo Ferreira

Um time da grandeza do Peixe, não pode se contentar em apenas permanecer na primeira divisão do Campeonato Brasileiro

Jesualdo Ferreira
Jesualdo Ferreira comandou o Santos em apenas 15 jogos (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

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Desde o momento que chegou ao Santos, Jesualdo Ferreira já endossava o tamanho da instituição. O desfio de treinar o “time de Pelé” talvez fosse o único a fazer um técnico de 74 anos cruzar o continente e repensar a aposentadoria.

O sucessor do treinador português, demitido na última quarta-feira (06), assim como os atletas e a diretoria, precisam entender a grandeza santista, que vai muito além de lutar contra o rebaixamento para salvar a pele de meia dúzia de gatos pingados.

Ser reticente quanto ao trabalho desenvolvido por Jesualdo dentro de campo é natural, e até necessário. É democrático. Inclusive, dá para se questionar e, ao mesmo tempo, não ser favorável à demissão.

Na bola, o time, em 15 jogos, não encheu os olhos, e tampouco o coração, dos santistas. Se no ano passado os questionamentos a Sampaoli no primeiro semestre mencionavam um time que jogava bem, mas não garantia os resultados, nessa temporada o Peixe seguiu sem vencer, e ainda caiu de produção. Portanto, até esse ponto, as críticas são plausíveis e o técnico não pode ser isento delas. Mas, vamos aos poréns: Jesualdo não abaixou a guarda em momento algum, muito pelo contrário, ele sempre esteve com os seus olhos fixos no que é mais importante, o Santos Futebol Clube, como instituição.

O respeito com que Jesualdo Ferreira tratou o Alvinegro Praiano é a clara e manifesta representação da força que a marca Santos tem no mundo inteiro. O português tratou o clube com mais carinho do que muitos santistas, inclusive. Para ele, a situação mais cômoda era a desistência na primeira adversidade – e olha que foram muitas. Abandonar o barco logo de cara, pouco, ou nada, mudaria em seu currículo, além de garantir meses de salário sem trabalhar. Mas isso nunca foi opção para o treinador, que arregaçou as mangas e encarou: pandemia, distância do país natal, morte da irmã estando em outro continente, redução salarial, divergências políticas homéricas, saída de jogadores, sendo uma delas de forma desleal e omissa… isso tudo, porque sabe que o Santos é grande.

O medo da maioria da nação santista hoje é lutar contra o rebaixamento, algo extremamente aquém do que representa o Peixe. Tomar decisões, em campo ou fora dele, com esse espírito de “comigo não morreu”, é ser pequeno para uma história do tamanho do mundo. Do tamanho do Santos.

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