O Santos empatou com o São Bernardo por 1 a 1 no último domingo (22) e apresentou, mais uma vez, falhas defensivas. O acúmulo de erros tem sido recorrente na equipe durante o Paulistão e, além disso, o técnico Odair Hellmann altera o esquema de jogo do time com frequência. Estes fatores podem explicar o atual mau rendimento do Peixe na competição estadual.
Ainda no primeiro tempo do duelo com o Bernô, Lucas Pires deu espaço para Vitinho ceder belo passe a Chrystian. O atacante recebeu e tirou Maicon da jogada com um belo giro, mas a facilidade que o autor do gol do time do ABC Paulista teve para realizar a jogada foi notável. Um toque, um drible, e a defesa estava escancarada. O ótimo goleiro João Paulo nada pôde fazer.
FALHAS INDIVIDUAIS
Apesar da vitória santista na estreia do Paulistão, quem abriu o placar foi o Mirassol. Com muito espaço no meio-campo, Danielzinho ajeitou e chutou de fora da área. João Paulo falhou e aceitou um arremate defensável.
Na derrota para o Guarani, ocorreu um erro conjunto. João Paulo tocou na fogueira para Eduardo Bauermann, que perdeu a jogada perto do gol. A bola foi retomada pelo Bugre, Derek recebeu na área, e o goleiro do Santos cometeu pênalti. 5 minutos de jogo e o Peixe já estava atrás no placar.
No terceiro gol, novas falhas. Lucas Pires, que vinha sofrendo em disputas pela esquerda, deu espaço para Bruno José e ficou atrás na corrida. O jogador do Guarani cruzou para Careca, livre de marcação e nas costas de Maicon, cabecear para o fundo das redes.
ERRO SISTEMÁTICO
São três jogos seguidos com diversos personagens diferentes falhando. Se o coletivo de uma equipe não está ajustado, os erros individuais ficam evidentes. Em um time mais entrosado e com o entendimento mais claro das ideias que o treinador quer implementar, as qualidades dos atletas são potencializadas. As falhas passam a ser pontuais, não a regra.
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E O PADRÃO?
É importante ressaltar que Odair Hellmann está em começo de trabalho no Santos. Até o momento, ele treinou o time durante a pré-temporada e dirigiu a equipe em apenas três partidas. Porém, nos jogos em questão, algumas dúvidas sobre o esquema e o estilo de jogo da equipe pairam no ar.
O técnico testou o Peixe em duas formações: 4-2-4 e 4-3-3. Na estreia, contra o Mirassol, o time jogava na 4-2-4 e estava exposto, sofrendo com o adversário. A mudança tática foi feita e a equipe se estabilizou.
No segundo jogo, o Alvinegro apostou na 4-3-3. Porém, com os gols 'a jato' do Guarani (após falhas na defesa), toda a ideia de jogo foi por água abaixo.
Diante do São Bernardo, Hellmann insistiu na 4-3-3, com três volantes: Rodrigo Fernández, Dodi e Sandry. O jogo não fluia, então o técnico resolveu substituir o meio-campista uruguaio ainda no primeiro tempo e colocou Lucas Barbosa, um meia-atacante.
O Peixe só conseguiu o empate porque foi para o 'tudo ou nada'. Os jogadores treinam com uma ideia estabelecida para um jogo específico e, de repente, ainda na primeira etapa, tudo é mudado radicalmente.
Testes são bem-vindos, ainda mais em começo de temporada e em um torneio como o Paulistão. No entanto, primeiro é preciso que haja um 'marco zero', um ponto de partida. Se uma ideia inicial for trabalhada, aprimorada e não alterada de maneira brusca de um momento para o outro, aos poucos os resultados aparecem.