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ANÁLISE: Mudanças feitas por Odair ampliaram problemas do Santos e preocupam para o Brasileirão

Treinador propôs uma nova forma de jogar, mas o desempenho da equipe decepcionou

Santos x São Bento - Odair Hellmann
imagem cameraOdair Hellmann teve 26 dias para trabalhar equipe (Foto: Raul Baretta / Santos)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 04/04/2023
23:37
Atualizado em 05/04/2023
07:00

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A vitória do Santos por 1 a 0 sobre o Blooming-BOL, em jogo válido pela primeira rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana, é um exemplo clássico de que não há relação direta entre resultado e desempenho no futebol, por mais que o técnico Odair Hellmann tenha afirmado na coletiva pós-partida que sua equipe jogou bem. 

Sem disputar partidas oficiais por 26 dias, desde a vitória por 3 a 0 diante do Iguatu pela Copa do Brasil, o técnico prometia algumas mudanças no seu sistema de jogo. A principal delas seria uma nova formação tática, o 4-4-2 com um losango no meio-campo, 'desenho' que foi trabalhado em treinamentos — a imprensa ouviu do próprio Odair como seria o funcionamento ideal do time. 

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> ATUAÇÕES: Sem evoluções aparentes no time, Bauermann salva Santos na estreia pela Sul-Americana

Campinho Santos x Blooming
Formação do Santos no '4-4-2 losango' ou 4-1-2-1-2 (Arte: LANCE!)

Nos primeiros minutos do confronto, até foi possível notar alguns comportamentos trabalhados, como a entrada de Dodi, o primeiro volante, no meio dos zagueiros, para gerar superioridade numérica (3 contra 2) na construção — Messias, Bauermann e Dodi. Ou até mesmo o 4-1-4-1 defensivo, com Dodi protegendo a entrada da área, Lucas Lima fechando o lado direito e Lucas Barbosa entrando na linha de meio-campo para dar mais consistência ao setor. 

Campinho Santos x Blooming
Setas vermelhas representam os movimentos de ataque do Santos (Arte: LANCE!)
Campinho Santos x Blooming
Posicionamento de ataque do Santos após os movimentos iniciais (Arte: LANCE!)

No entanto, esses comportamentos não foram notados por mais que 20 minutos de jogo. O que se viu adiante, então, foi um Santos desorganizado, onde os poucos padrões existentes foram substituídos por movimentações aleatórias: três jogadores ocupando o mesmo espaço (Lucas Lima, Ivonei e Camacho), laterais presos, atacantes sem saber se corriam em direção ao gol ou se aproximavam da bola...

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Campinho Santos x Blooming
Setas amarelas representam os movimentos de defesa do Santos (Arte: LANCE!)
Campinho Santos x Blooming
Defesa do Santos no 4-1-4-1 defensivo (Arte: LANCE!)

Além da falta de sincronia nos movimentos, o losango no meio-campo apresentou defeitos estruturais bastante relevantes para o funcionamento do time. Sem pontas de origem, por exemplo, o Santos perdeu profundidade e, por consequência, agressividade nas jogadas de ataque. O time foi previsível. No momento defensivo, a falta dos pontas também deixou os laterais Nathan e Felipe Jonatan expostos, sem cobertura na marcação. 

Depois de três semanas apenas treinando, o Alvinegro apresentou uma mistura de desorganização com um sistema tático mal pensado e falta de repertório. Diante desse contexto, a linha de cinco na defesa do Blooming não pode servir como desculpa para o placar magro, como Odair afirmou na coletiva pós-jogo. 

Só uma pergunta ecoa na cabeça do torcedor: se após 26 dias de treino, o futebol apresentado foi esse, o que será do Santos no Brasileirão

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