O Santos vive um dia importantíssimo antes do "jogo do ano", marcado para terça-feira, às 19h30, no Pacaembu, contra o Independiente, pelas oitavas de final da Libertadores. Na Baixada Santista, o técnico Cuca comandará o único treino antes do jogo. No Paraguai, a Conmebol decide se o Peixe será ou não responsabilizado pela suposta escalação irregular do volante Carlos Sánchez na partida de ida contra o time argentino.
O presidente alvinegro, José Carlos Peres, esteve na Vila Belmiro no último sábado e acompanhou a vitória por 2 a 0 sobre o Bahia. Agora, é dele a incumbência de voltar ao Brasil com uma vitória nos tribunais - o dirigente viajou ao Paraguai no último domingo e acompanha o julgamento na sede da entidade na tarde desta segunda-feira. No caso, o Peixe está representado por três advogados, Mário Bittencourt, Marcelo Mendes e Rodrigo Gama, este último gerente jurídico do clube.
Enquanto isso, Cuca tenta criar uma espécie de bolha para envolver o elenco. Mais do que blindar seus jogadores, espera que o que seja definido nos tribunais não afete o nível de concentração e entrega dos atletas. O treinador optou por usar força máxima contra o Bahia, acreditando na recuperação rápida do time titular, já que não há viagens longas entre os dois jogos, embora o tempo de recuperação seja mínimo.
- Terno e gravata não combinam comigo (risos). Temos de nos preocupar com o campo, essas coisas jurídicas eu não gosto. Já joguei partidas precisando fazer quatro gols. Lembrou de uma ocasião, quando era técnico do Fluminense, perdemos de 5 a 1 para a LDU e fizemos três no Rio. Foi por pouco - lembrou o treinador, quando questionado sobre qual será a postura caso o Peixe tenha de reverter um 3 a 0.
O Santos, publicamente, expôs sua defesa baseada em dois fatores primordiais: o primeiro deles é a consulta ao sistema da própria Conmebol, o Comet, no qual não constava nenhuma suspensão ou sanção envolvendo Sánchez. E o segundo é o fato da entidade ter assumido a culpa no caso de Bruno Zuculini, atleta do River Plate que vinha atuando na Libertadores mesmo tendo sanções a cumprir.
O problema é que os casos são distintos no fato de que o River enviou um ofício consultando a Conmebol a respeito da situação de seu jogador e obteve uma liberação formal da entidade. No caso do Santos, o jurídico do clube baseou-se apenas no sistema e não fez uma consulta à entidade, até por não ter conhecimento a respeito da suspensão de Sánchez datada de 2015.
Seja como for, é certo que o Peixe precisará de uma vitória para eliminar o Independiente, já que a partida de ida foi 0 a 0. Caso seja responsabilizado pelo uso irregular de Sánchez, terá de reverter o placar de 3 a 0 no Pacaembu. Todos os ingressos disponíveis para a torcida alvinegra já foram vendidos.