Clima de guerra na Vila Belmiro também ‘explode’ vestiário do Santos após derrota para o Corinthians

Recusa do goleiro João Paulo em se juntar ao elenco no meio-campo após a partida e entrevista dada à detentora dos direitos de transmissão gerou incômodo entre os atletas do Peixe

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A praça de guerra’ que virou a Vila Belmiro no fim da partida contra o Corinthians, na última quarta-feira (21), refletiu também no ambiente do vestiário do Santos. A permanência do goleiro João Paulo no banco de reservas com o técnico Odair Hellmann, demitido nesta quinta-feira (22), enquanto os demais jogadores ficaram no centro do gramado, cercado por seguranças, pegou mal entre os jogadores. 

Além disso, o restante do elenco santista ficou incomodado com o fato do capitão da equipe ter dado entrevista à detentora dos direitos de transmissão mesmo enquanto alguns torcedores atiravam bombas em direção ao gramado. 

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Na fala, João Paulo citou o protesto que a torcida do clube alvinegro havia feito no último sábado (17), na porta do CT Rei Pelé, onde lideranças de algumas organizadas foram convidadas a entrar e conversar com atletas. Na ocasião, o único que parou para conversar ‘olho no olho’ foi o goleiro, que teria dito que não havia outro resultado a não ser a vitória contra o Timão. 

- Primeiramente, vou pedir desculpas ao torcedor. Infelizmente, hoje foi uma vergonha. Não dito nem pelo resultado em si, mas pela forma que foi. Pela sequência negativa. Tivemos reunião com a torcida, tivemos uma cobrança e sabíamos que tínhamos que fazer diferente. Tínhamos que buscar a vitória. Vitórias, empates e derrotas são normais no futebol, acontece, mas o que pesa é a sequência que a gente vem tendo . Sabemos da força que temos na Vila Belmiro e estamos, aos poucos, perdendo ela. Isso está complicando a nossa caminhada. Só pedir desculpas ao torcedor. Infelizmente, hoje é uma mancha na história do Santos - disse João Paulo ao Premiere após a derrota do Peixe para o Corinthians. 

Para os demais integrantes do elenco santista a declaração foi uma forma do goleiro limpar a sua imagem com a torcida e expor o restante do grupo que tentava defender a sua integridade física. 

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Jogadores do Santos se cercaram de seguranças enquanto torcida lançava bombas ao gramado, mas João Paulo permaneceu no banco de reservas durante o ocorrido (Foto: Fernanda Luz/AGIF)

Mesmo com o incômodo do grupo de jogadores em relação à atitude de João Paulo, não houve discussões acaloradas no vestiário após a partida, tampouco no ônibus que deixou a Vila Belmiro escoltado pela Polícia até o CT Rei Pelé, mas o clima era desconfortável, de poucas conversas e um isolamento de João Paulo em relação aos demais jogadores. 

E a relação entre boa parte do plantel santista e o capitão não era boa há algum tempo. O incômodo de boa parte do elenco com o goleiro iniciou no segundo semestre do ano passado, quando os direitos de imagem do jogadores ficaram atrasados durante dois meses (agosto e setembro). A expectativa dos jogadores era que João, como líder, tomasse o diálogo com a diretoria em nome do grupo. Porém, a postura do atleta foi vista como individualista pelo restante do plantel.

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