Como perda de dupla para o Athletico fez Santos mudar filosofia em renovações
Peixe não conseguiu assinar um novo contrato com Robson Bambu e Léo Cittadini no ano passado. Em 2019, Alvinegro demora para acertar outro vínculo com Gustavo Henrique
O Santos pode reencontrar uma dupla conhecida neste domingo quando enfrenta o Athletico-PR, às 16h, na Vila Belmiro, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. Trata-se do zagueiro Robson Bambu e do volante Léo Cittadini, crias da base do Peixe.
As conversas por renovações de ambos foram polêmicas e levaram cerca de meses para ter um desfecho. Dentre discussões de base salarial, tempo de contrato e percentual de venda, Cittadini foi afastado dos jogos e somente treinava no CT Rei Pelé. Bambu, por sua vez, jogou até as últimas semanas antes de encerrar seu contrato com o Santos.
A diretoria do Santos reconhece a falta de esforço que teve com Léo Cittadini e Robson Bambu, pois não considerava os atletas como insubstituíveis, tendo boas peças para suprir as ausências. Em 2019, para os setores da zaga e do meio-campo defensivo, o Alvinegro contratou Felipe Aguilar e Jean Lucas, respectivamente. O volante Jobson foi outro nome que reforçou o Peixe neste ano, mas ainda não estreou.
O Santos manteve a filosofia e demorou para renovar com jogadores da base no começo deste ano. O Peixe ainda não assinou um novo vínculo com o zagueiro Gustavo Henrique, perdeu o jovem defensor Kaique Rocha para a Sampdoria-ITA e o lateral-esquerdo Caju para o Braga-POR, além de ter demorado quase seis meses para reintegrar o volante Sandry após negociações pelo primeiro contrato profissional.
O Peixe acredita que a filosofia de demorar para negociar renovações se dava pelo clube não ter um diretor de futebol até julho deste ano, quando Paulo Autuori foi contratado. Com Renato afastado, Peres controlava a maioria dos setores do Santos e contava só com a ajuda do gerente Gabriel Andreata no primeiro semestre.
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Publicamente, o presidente José Carlos Peres explicou os entraves à época. Relembre as declarações:
Robson Bambu
- Qual é nossa culpa? Fiz proposta para aumentar em cinco vezes e não quer. Quer dez ou 15 vezes mais. Deveria ficar no clube, investir, não teve situação apropriada como essa. Deveria investir no clube e nele mesmo. Com aumento de cinco vezes, terá vida melhor. Se continuar jogando, por meritocracia vamos dar aumentos - afirmou o presidente ao canal BandSports, em setembro de 2018, faltando dois meses para o fim de contrato do defensor.
Léo Cittadini
- Cittadini não quis renovar. Fez uma pedida absurda, até mais de R$ 200 mil. Acho cedo para ter um aumento desse tipo, ainda não se firmou. Ele deixou passar o tempo, o técnico pede e está usando. Me ligaram de fora e me perguntaram se o Santos liberaria agora com uma participação pequena. O Cittadini não quis dizer o nome, deve ser um time português, mas não é o Benfica. O diretor do Benfica é meu amigo pessoal, não queria confusão com o Santos. O jogador fica até o último dia do contrato aqui. Queriam passar 20% dos direitos, mas o Santos queria ao menos 50% - declarou o mandatário santista ao site "Globoesporte.com", em agosto do ano passado.
Cittadini subiu ao profissional do Santos em 2013 após estar no elenco campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, enquanto Robson chamou atenção do então técnico Jair Ventura, logo no início de 2018. Com boas atuações, mas sem a renovação de contrato, ambos seguiram sem custos para o Furacão no fim de 2018.
Diante de um Athletico-PR finalista da Copa do Brasil e com velhos conhecidos, o Santos tenta voltar à liderança do Brasileiro. O Peixe está na segunda colocação do torneio nacional, com a mesma pontuação do líder Flamengo, 36, mas perde no saldo de gols.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini