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Conmebol abre investigação sobre denúncias do Santos de racismo contra Ângelo e Joaquim

Atletas do Peixe foram alvo de ataques racistas no jogo contra o Audax Italiano, no Chile, pela Sul-Americana

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imagem cameraÂngelo sofreu racismo no Chile (Foto: Raul Baretta / Santos FC)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 25/05/2023
17:05

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A Conmebol abriu investigação sobre os insultos racistas proferidos a Ângelo e Joaquim, jogadores do Santos. O caso aconteceu na noite da última quarta-feira (24), durante a derrota do Peixe para o Audax Italiano, no estádio El Teniente, no Chile.

O órgão recebeu as denúncias feitas pelo clube brasileiro no decorrer desta madrugada. As ofensas foram relatadas na súmula da partida e, em torno das 11h desta quarta-feira (25), a entidade sul-americana determinou a abertura de um expediente disciplinar, que passará por avaliações para apresentar possíveis punições.

Agora, a Conmebol analisa as imagens das câmeras de segurança do estádio para identificar os criminosos. Para este caso, o Audax Italiano pode ser punido em 100 mil dólares (R$ 500 mil). Em caso de novas ocorrências, a multa chega a R$ 400 mil dólares (R$ 2000), e sanções como fechamento total ou parcial do estádio também podem ser impostas.

- Qualquer Associação Membro ou clube cujos torcedores insultarem ou atentarem contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, tendo como motivo a cor da pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, será sancionado com uma multa de pelo menos CEM MIL DÓLARES AMERICANOS (USD. 100.000). Em caso de reincidência, o infrator poderá ser punido com multa de DÓLARES AMERICANOS QUATROCENTOS MIL (USD 400.000) - diz o código disciplinar da Conmebol.

- Se as circunstâncias particulares de um caso assim o exigirem, o Órgão Judicial competente poderá impor ordens e/ou sanções adicionais à Associação Membro ou ao clube, bem como ao jogador ou ao oficial responsável, tais como: sanção de jogar um ou vários jogos à baliza fechado, fechamento parcial do estádio, proibição de entrada de torcedores e exposição mensagens contra a discriminação - segue o Artigo 15 do código.

A resolução do processo disciplinar dura, em média, 16 dias. Com a identificação dos infratores, a Conmebol alega que não tem jurisprudência para punir os indivíduos, mas que pode encaminhar a denúncia às autoridades do país.

Em contato com a reportagem do LANCE!, a entidade sul-americana encaminhou a seguinte nota:

- A CONMEBOL considera TOTALMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. A luta contra este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL.

Joaquim
Assim como Ângelo, Joaquim foi vítima de racismo (Foto: Raul Baretta / Santos FC)

PUNIÇÕES NÃO COSTUMAM ACONTECER

Segundo levantamento feito pelo LANCE!, baseado em relatórios do Observatório da Discriminação Racial no Futebol Brasileiro, de 2014 até maio de 2022 ocorreram 48 denúncias ou flagrantes de racismo em partidas de competições organizadas pela Conmebol. Porém, apenas 11 renderam algum tipo de punição aos acusados de cometerem o ato criminoso ou ao clube para o qual eles torcem.

De acordo com os dados, 38 dos casos de racismo denunciados ou flagrados no período ficaram impunes, sem ter qualquer tipo de resposta. Em 32 deles, os autores sequer foram identificados pelas autoridades.

O CASO DE ÂNGELO E JOAQUIM

O atacante Ângelo, ao ser substituído na segunda etapa da partida, revelou ter sido chamado de macaco por torcedores do Audax Italiano.

- Basta de racismo, de ser cúmplice. Tem que começar a ter atitude, punição. Algo que as pessoas olhem e falem que não pode haver mais, que tem que respeitar as pessoas. Não só no futebol, mas em todos os esportes. É incrível como aconteceu recentemente com o Vinícius Jr. e aconteceu agora. Aconteceu na Libertadores também. É incrível como o ser humano não aprende. Está aqui minha indignação, espero que a Conmebol faça alguma coisa - declarou o jovem, em entrevista ao portal "De Olho no Peixe".

As ofensas contra Joaquim aconteceram fora dos gramados. Paulo Roberto Falcão, coordenador esportivo do Santos, também se manifestou sobre o caso.

- Manifestação triste de racismo e que precisa ser combatida seriamente. Não é possível que a gente tenha tido no mundo a repercussão que tivemos com o caso do Vini Júnior e hoje as pessoas repetem isso aqui. Tem que ter punição - afirmou.

A NOTA DO SANTOS

"O Santos Futebol Clube, novamente, vem a público denunciar e repudiar com veemência mais um caso de racismo no futebol. Dessa vez, os alvos das injúrias raciais foram nossos jogadores Ângelo e Joaquim. Os dois atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por torcedores adversários presentes na partida de hoje.

O crime foi denunciado pelo Santos FC, ainda dentro do estádio, para os representantes da Conmebol. Com os dois casos registrados oficialmente, o clube aguarda o posicionamento da entidade diante desta situação inaceitável.

Como já foi dito, o racismo não deve ser apenas combatido, mas também punido severamente."

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