A segunda-feira do Santos foi agitada, mas não por causa da conquista do título do Paulistão um dia antes, e sim na política. Antes, o ex-presidente Odílio Rodrigues conseguiu a anulação de sua expulsão do quadro de sócios. Agora, um conselheiro conseguiu a suspensão da votação que reprovou as contas do presidente Modesto Roma Júnior em 2015.
O conselheiro Celso Pires Gonçalves entrou com um pedido de liminar, conseguida nesta segunda, para anular a votação do Conselho Deliberativo do último dia 27. A base da liminar foi três votos considerados pelo juiz como irregulares.
Trata-se dos votos de José Renato Quaresma, Jorge Corrêa da Costa e Rodrigo Marino, que foram membros do Comitê de Gestão durante o ano de 2015. O fato deles terem participado ativamente da gestão foi o que levou o juiz Frederico dos Santos Messias a suspender a votação.
A liminar é considerada uma vitória para a situação, já que a reprovação de contas pode causar no impedimento de um presidente e seu vice.
Agora, caberá à Justiça julgar o caso. Caso os votos sejam considerados irregulares de fato, uma nova votação das contas de 2015 deverá acontecer no Conselho Deliberativo do Alvinegro. Caso contrário, a decisão dos conselheiros permanece.
A votação a favor da reprovação das contas foi de 83 a 81. Os argumentos utilizados pelo Conselho Fiscal, que deu parecer favorável à reprovação foram comissões pagas a empresários para renovações, a compra de direitos de Alison e antecipação de cotas de televisão.
CONFIRA OS PONTOS CITADOS PELO CONSELHO FISCAL DO SANTOS:
Foram gastos R$ 3.769.250 com intermediações em 2015, inclusive na renovação de contratos de jogadores. O somatório inclui R$ 600 mil gastos na renovação do lateral Caju, R$ 580 mil pelo acerto de extensão contratual com zagueiro David Braz, R$ 326 mil por Victor Ferraz e R$ 440 mil e R$ 420 mil, e R$ 440 mil e R$ 420 mil para contratar e renovar com Ricardo Oliveira.
Sobre Alison, que teve 70% de seus direitos vendidos ao Banco BMG em dezembro de 2014, o Peixe readquiriu o mesmo percentual no início do mandato de Modesto. No entanto, a venda foi de R$ 4.785.000 e a compra de R$ 7.547.000 por conta de juros estabelecidos em contrato da nova compra.
Já em relação às cotas de televisão do Paulistão, foram adiantados R$ 6.725.000. O principal ponto é que, de acordo com o estatuto, o presidente deve consultar o Conselho Deliberativo antes de solicitar o adiantamento, o que não ocorreu.