Conselho do Santos volta a reprovar contas de gestão Modesto em 2017
Endividamento de mais de 15% e débito de impostos são alguns dos problemas do último ano do ex-presidente, que nega falhas. Reunião entre conselheiros definiu reprovação
O Conselho Deliberativo do Santos voltou a reprovar as contas do último ano da gestão do ex-presidente Modesto Roma Júnior, em 2017, em reunião na noite desta terça- feira, na Vila Belmiro. Por unanimidade, o parecer dado pelo Conselho Fiscal foi avaliado como procedente pelos conselheiros, sentenciando a reprovação. O CD já havia reprovado as contas em março deste ano.
Dentre os principais problemas estão a antecipação de R$ 10 milhões de cotas do Campeonato Paulista com a Federação Paulista de Futebol e os impostos devidos à Receita Federal, podendo caracterizar apropriação indébita. Já de acordo com o Estatuto, o limite para endividamento do Santos dentro de cada gestão não pode ultrapassar 10% da receita orçada. O endividamento de 2017 foi de R$ 49.718375,00, equivalente a 15,57%, "valor em discordância com o limite estatutário".
Em março Modesto enviou à imprensa a defesa que foi presentada na Vila Belmiro ao presidente do Conselho Marcelo Teixeira. Modesto ainda pode fazer as devidas correções. De acordo com o ex-presidente, o endividamento de 15,7% se deu, principalmente, pelo pagamento de uma parcela do acordo com a Doyen Sports (fundo de investimentos maltês). Na prática, teria trocado uma dívida mais cara por outra mais barata (de euros para reais), já que foram pagos R$ 48,7 milhões, diminuindo também o pagamento de juros.
Modesto também alegou que em 31 de dezembro de 2017 o Santos possuía certidão negativa (documento emitido pela Receita Federal na qual comprova que o objeto não tem dívidas com a entidade) e que os impostos atrasados foram pagos em janeiro, já pela nova gestão depois de "eliminadas restrições estatutárias sobre a gestão de receitas". O Conselho Fiscal apontou R$ 12,9 milhões de tributos em atraso com a Receita Federal, mais R$ 1,6 milhão de juros.
Por fim, Modesto também negou ter antecipado, na Federação Paulista de Futebol, cerca de R$ 10 milhões. De acordo com ele, foi feito um empréstimo com a FPF e as receitas seriam as garantias de tal negócio, já que os juros seriam menores do que os cobrados pelo mercado tradicional.