‘Fala, Jogadô!’: Lisca vê saída do Sport como erro e afirma que não devia ter ido para o Santos
Técnico deixou o Leão e comandou o Peixe por apenas oito jogos
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Convidado do “Fala, Jogadô”, programa de entrevistas do Lance!, o técnico Lisca revelou que foi um erro a troca do Sport pelo Santos, em 2022. Em entrevista à apresentadora Ana Goebel, o profissional avaliou que deixou um clube que tinha aceitação por outro em que já chegou 'queimado'.
Também conhecido como 'Lisca Doido', o treinador, porém, diz que não há um sentimento de arrependimento pela escolha. Ele apenas constata que foi um erro na carreira.
- Foi um erro na minha carreira. Não que me arrependa, mas vendo hoje e analisando… Não teria ido para o Santos. Não tenho arrependimento, constatei que foi um erro porque não tinha aceitação no Santos, da torcida, o respaldo que tinha no Sport. Isso foi uma lição para mim. Quando eu tinha isso (respaldo e aceitação), eu abri mão para conquistar em outro lugar - disse.
Mesmo não avaliando como positiva a passagem pelo Santos, Lisca valorizou seu início no clube, quando teve duas vitórias, dois empates e uma derrota. No entanto, ele nunca foi bem aceito pela torcida alvinegra e revelou que sentiu saudade do Sport.
- Era Série A, o Santos, perspectiva boa, o início foi muito bom. Os primeiros cinco jogos, em 15 disputados, eu fiz oito pontos, 56% de aproveitamento. Mas não tinha aceitação da torcida. E vem aquela de situação de te chamarem de ‘mercenário‘. Poderia ter sido totalmente diferente. No primeiro jogo tinha torcedores do Santos atrás de mim começando a me xingar. Eu quis ir tanto para lá, paguei a multa, me esforcei tanto. Cheguei e comecei a ver a recepção e pensei no que tinha lá (no Sport): um baita time, uma recepção boa, aceitação enorme.
- No outro jogo empatamos com o Cuiabá, tirei o Soteldo com 40 minutos (do segundo tempo) e já começaram a me chamar de burro. Na primeira derrota na Vila, contra o Goiás, veio o estádio inteiro: “Ei, Lisca, ‘suco de caju’”. Achei estranho, era a primeira derrota. Mas era todo o contexto. Hoje eu vejo que o trabalho no Santos estava bem legal. É duro falar isso, faz um ano que eu saí, mas depois nenhum treinador que veio depois de mim fez mais aproveitamento contra times da Série A, eu só joguei contra times da Série A. Mas isso não é falado, dizem que o Lisca é doido, que foi o pior. Contra times da Série A, fui o melhor. O tempo passou, não vejo falarem isso. O tempo é o senhor dos acontecimentos. E agora? Não tenho nada contra ninguém - completou.
Lisca encerrou sua passagem no Santos com oito partidas, duas vitórias, três empates, três derrotas e 37,5% de aproveitamento. Confira mais trechos da entrevista ao Lance!:
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Vaza a informação do acerto de Lisca com o Santos no meio do duelo do Sport contra o Vila Nova
- Veio a proposta, era a terceira vez que o Santos me chamava. E é o Santos, né? “Só” o time do Pelé. Combinei com o Jorge Machado, que era meu empresário, que queria conversar, mas só depois do jogo. Isso era domingo de noite, já estava todo preparado para o jogo. Nenhum jogador sabia, não falei nada com ninguém. Vazou (a informação) lá de Santos que eu já estaria acertado. Saiu no meio do jogo. Pessoal viu no vestiário… Falei: “Vamos para o jogo”. Tentei, mas… Foi uma situação bem difícil, eu não tinha conversado com ninguém do Santos. Aí a torcida do Sport se revoltou, e eu entendo. A reação da torcida foi “vai te embora”.
Elogios ao Sport
- As doideiras são tudo comigo, no meio do jogo. O jogo foi numa segunda-feira, recebi contato do Santos no domingo e estava muito bem no Sport. A torcida me abraçou, o clube, os jogadores. A minha conexão com os jogadores do Sport talvez tenha sido uma das mais rápidas. O time era muito bom, precisava melhorar a parte ofensiva.
Já estava acertado com o Santos mesmo?
- Ficou um ‘anticlímax’ no estádio, empatamos o jogo. Ficou essa situação, tentei explicar 200 vezes, mas como eu fui (para o Santos), então todo mundo achou que estava acertado. E não é verdade. Mesmo que se eu quisesse ficar no Sport, ficou muito difícil, pelo clima que se criou. Eu queria conversar com o pessoal do Sport, tinha contrato, mas não conseguimos ter essa conversa. O presidente ficou muito chateado, até hoje me critica para caramba, me atacou pessoalmente, nem gosto de falar muito. Sport está muito bem, vai ter o acesso esse ano, tem um timaço e um baita treinador, o Enderson Moreira.
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