Para o paraibano, ser chamado de “cabra da peste” é um elogio. O apelido se deve ao fato da maioria do povo nascido no estado localizado no Nordeste do Brasil ter força de vontade e não se abalar facilmente com as dificuldades.
É com essa inspiração que o lateral-direito do Santos Victor Ferraz, nascido em João Pessoa, tem lidado com as fortes dores nas costas, causadas por uma lombalgia mecânica, que o impossibilitou de defender o Peixe nas últimas 11 partidas, cinco pela Copa.
Mas como um “bom paraibano” Ferraz não tem deixado a dor lhe abater e faz sessões diárias de fisioterapia e fortalecimento. Agora, ele corre no gramado e trabalha com bola para voltar a tempo de jogar a final da Copa do Brasil.
"Sei da minha importância no grupo, mais do que ninguém quero ser campeão"
– A vontade de querer voltar é muito grande, ainda mais pelos jogos que se aproximam e por eu ter jogado a temporada inteira. A gente fica tentando forçar para voltar a jogar. Sabemos que jogar esses últimos jogos é a coroação de um trabalho – disse o camisa 4 do Peixe em entrevista exclusiva ao LANCE!.
Movido pela vontade de jogar e de ser campeão, o defensor acredita que pode voltar aos gramados já no fim de semana, contra o Coritiba, para pegar ritmo de jogo antes da decisão contra o Palmeiras, que terá o primeiro jogo no dia 25.Juntando a “teimosia” paraibana com a vontade, Victor está pronto.
– Estou confiante e preciso tentar voltar um jogo antes da final para adquirir ritmo. Sei da minha importância no grupo, mais do que ninguém quero ser campeão, independente de estar dentro, quero ser campeão da Copa do Brasil, Vou fazer de tudo para estar pronto!
Confira o bate-bola com Victor Ferraz:
Alguns jogadores se referiram a você como cabra da peste. Você recebe como elogio?
É uma brincadeira que eles fazem porque eu era quem mais tinha jogado no ano mesmo com lesões. Cheguei a sofrer pancadas e, quando achavam que eu não ia jogar, eu ia para o jogo. Por isso ficam com essa brincadeira.
O Hulk, da Seleção Brasileira, que também é da Paraíba, costuma falar do lugar onde nasceu e exibir faixas do Estado. Você também carrega esse orgulho?
Sem dúvida. Tenho certeza de que o paraibano tem essa característica de ser aguerrido. Pelo estado, pela forma que todo mundo sobrevive lá, é um povo que luta para sobreviver. Levamos isso conosco para a vida.
Como ficou quando soube que desfalcaria o Santos por tempo indeterminado?
Teve momentos que eu achei que não ia dar mais para jogar neste ano, pela dor que eu tinha sentido, mas sempre acreditei que, se Deus colocar a mão aqui, posso jogar até contra o Flamengo na quinta-feira.
O Dorival Júnior disse que conta com você nesta temporada. Como isso chega até você?
Eu acredito muito que sim, que vou voltar em breve. Estou confiante. Se Deus quiser, vai dar certo. Preciso tentar voltar um jogo antes da final para adquirir ritmo. Sei da minha importância no grupo, mais do que ninguém quero ser campeão, independente de estar dentro, quero ser campeão da Copa do Brasil, Vou fazer de tudo para estar pronto.
Você já tinha sofrido com lombalgia no ano passado. Você tem isso desde cedo?
Tive isso no ano passado, em um jogo contra o Corinthians em Itaquera. É algo que tenho na coluna que sempre que doer eu vou ter que fazer fortalecimento e tratar, senão pode travar e eu fico sem condição nenhuma. Já tinha acontecido comigo algumas outras vezes, mas não nessa intensidade de me deixar sem jogar.
A temporada atual foi a melhor da sua carreira em nível técnico?
Cada ano que passa tem sido melhor para mim. No final de cada ano eu faço um balanço e sempre tenho muito o que agradecer. Não será diferente.