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‘Em 95 eu não desisti…’: virada épica e comunhão com a torcida embalam Santos em noite de Libertadores

Nos últimos jogos, Peixe vendeu quase 60 mil ingressos e tem a promessa de casa cheia na noite desta terça-feira, contra o Independiente. Em 95, vaga contra o Flu veio no Pacaembu

Santos 5 x 2 Fluminense em 1995, no Pacaembu.
Divulgação

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"Em 95 eu não desisti,
Quantas taças vi você levantar,
Por isso que hoje eu estou aqui,
Para te incentivar..."

O trecho da música acima é só um dos que a torcida do Santos pretende cantar na noite desta terça-feira, no Pacaembu, em duelo decisivo contra o Independiente, às 19h30, pelas oitavas de final da Libertadores. Foi justamente no estádio da capital paulista, em dezembro de 1995, que o Peixe conseguiu uma virada épica diante do Fluminense e se classificou à final do Campeonato Brasileiro. A vitória inesquecível e a comunhão com a torcida embalam o Alvinegro, que precisará superar placar de 3 a 0 imposto após punição pela escalação de Carlos Sánchez na primeira partida das oitavas de final.

- Santos tem de ganhar, independente do placar. Tivemos várias viradas épicas, não vamos desistir. Torcida canta que em 95 não desistiu. Não vamos desistir em 2018 - disse Gabigol, alinhado com o discurso das arquibancadas. 

Virada de 95 começou no "parquinho" 
​Em dezembro de 1995, depois de perder o jogo de ida da semifinal do Brasileirão por 4 a 1, no Maracanã, o Santos foi a campo contra o Fluminense precisando de uma virada épica para se classificar à decisão. O time, comandado por Cabralzinho, entro em campo com: Edinho; Marquinhos Capixaba, Narciso, Ronaldo Marconato e Marcos Adriano; Gallo, Carlinhos, Giovanni e Marcelo Passos (Pintado, depois Marcos Paulo); Camanducaia (Batista) e Macedo. E conseguiu o feito. 

Os gols da vitória por 5 a 2 foram marcados por Giovanni, duas vezes, Marcelo Paasos, Macedo e Camanducaia. Aos 42 anos e em conversa com o LANCE!, o ex-atacante Camanducaia deu detalhes de como o resultado foi construído antes mesmo da bola rolar. Em campo, no intervalo, os jogadores ficaram no gramado para não perder o contato com a torcida. 

- Lembro que estávamos passeando no parquinho do Ibirapuera e o Giovanni estava brincando no balanço, tranquilo, virou e falou: 'Deixa que eu eu faço dois'. Marcelo Passos falou que faria mais um. Macedo concordou e eu também falei. Não tivemos medo da dificuldade. Nem olhamos para isso. Hoje, analisando com mais calma, vejo de maneira diferente. A diferença de gols era grande, na época não tivemos essa noção. Aquele nosso time tinha algo diferente, o que houve no Maracanã foi um acidente de percurso. Nós tínhamos a certeza que iríamos reverter. A confiança que cada atleta tinha um no outro era surreal. Quando eu me apresentei em São Paulo e os encontrei no hotel, parecia que não tinha acontecido nada, todos de cabeça erguida. O discurso era de que íamos jogar na nossa casa, com a nossa torcida - conta Camandicaia, e completa: 

- Torcida faz a diferença e ali foi assim. Jogos lotados, a confiança deles em nós. O estádio estava cheio e nossa resposta foi ficar no campo no intervalo. Reunidos, um dia antes do jogo, combinamos que faríamos isso depois que Cabralzinho passou as instruções. A torcida não parava de cantar e foi por isso que ficamos ali. Ficamos no centro do campo. No final, acabou dando no que deu. Queríamos ir para cima. Nem ligamos que era uma semifinal de Brasileirão. Quando você se propõe a encarar a dificuldade, as coisas saem melhores.

Comunhão com a torcida em 2018
​Sem em 1995 um dos pontos altos da vitória santista foi a simbiose com a torcida durante o intervalo, em 2018 a coisa não deve ser muito diferente. Em uma ampla melhoria da experiência ao torcedor que vem sendo feita pelo departamento de marketing do clube, os preços para os associados abaixaram. Somado a isso,  o Santos de Cuca passou a responder em campo. O resultado? Nos últimos dois jogos em casa, todos os ingressos vendidos. 

A cena deve se repetir na noite desta terça-feira. Dos 37.900 ingressos colocados à venda, cerca de 35 mil foram destinados à torcida do Santos e todos foram comprados de maneira antecipada pelos Alvinegros. 

- No segundo jogo, desde o final da partida no Maracanã, acreditávamos na virada, na vitória. Que poderíamos fazer um jogo épico. Eu fui para a arquibancada, fiquei nas cadeiras com o Jamelli, vibramos para caramba, alucinadamente. Como torcedor, foi um dos melhores jogos que vi. Eu chorei. Todo mundo chorando do meu lado, gente muito emocionada. Depois daquilo, nunca vi algo assim. Tomara que o Santos consiga reverter o resultado agora - ponderou o ex-meia Robert, ao LANCE!

No primeiro jogo, o meia, assim como Jamelli, acabou expulso e foi obrigado a ver a partida no Pacaembu das arquibancadas. Agora apenas mais um torcedor do Peixe, espera que o sucesso e a magia daquele time estejam presentes e a o lado do Santos de 2018.

* Nota atualizada às 11h03

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