Após a vitória por 3 a 0 sobre o Bahia, Odair Hellmann, técnico do Santos, falou sobre o 'caso Eduardo Bauermann'. O treinador revelou que conhece o atleta, que foi afastado do Peixe, desde quando o zagueiro tinha 10 anos e transpareceu sentimentos de tristeza e decepção com a situação.
Além disso, o profissional explicou como o clube tratou internamente a questão, valorizou a postura do elenco e falou em 'seguir em frente'.
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- Não foi uma conversa minha, foi do clube. Posicionamente oficial pelo acontecido. O que tem que ser feito e julgado, cabe à justiça. Existem passos jurídicos. Isso é o clube que pode falar. Eu sou treinador de futebol. Todos ficamos tristes. Eu conheço o Eduardo desde os 10 anos, é um companheiro, vocês conhecem, todos tem a mesma percepção. Como qualquer ser humano que cometeu um erro, que pague a sua pena, que tenha a responsabilização.
- Nós temos que seguir adiante. Somos profissionais. A resposta foi hoje, jogar, vir para dentro de campo. Todos fizemos parte de uma paixão que é o futebol, todos estamos tristes. É uma tristeza geral, que sirva de exemplo. Tristeza, mas ficou lá. Parte jurídica, foi feito o que tinha que ser feito e seguimos em frente. Temos que concentrar, é assim que vamos seguir - concluiu, em coletiva nesta terça-feira (10).
Odair reforçou a necessidade de punir os culpados severamente e se demonstrou contrário ao público criar uma 'descrença' pelo futebol.
- Como eu disse, é triste. Com essa situação todos vão para o mesmo pacote. Já já aparece situação nas redes sociais desse, daquele, se desconfia de todo mundo. Precisamos punir os culpados e dar um passo adiante. O que pode ser feito para isso não acontecer mais é uma punição severa para quem cometeu isso - afirmou.
Pessoalmente, o técnico afirmou que, para ele, nada vai mudar em relação à sua visão sobre o esporte.
- A mim não afeta em nada. Eu não fiz nada. Tristeza para todos nós. Agora, que busque os culpados, que sejam punidos e seguimos em frente.
O CASO
Eduardo Bauermann teria recebido R$ 50 mil para tomar cartão amarelo na partida contra o Avaí, em 5 de novembro do ano passado — o que não aconteceu. A publicação inicial foi divulgada pela revista "Veja", que difundiu informações das Operações Penalidade Máxima 1 e 2, do Ministério Público de Goiás. A operação investiga manipulações no futebol brasileiro através de sites de apostas esportivas.
Segundo o MP, o defensor teria aceitado um 'sinal' antes da realização do jogo, válido pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2022. De acordo com a investigação do órgão, a quantia foi efetivamente entregue ao jogador.
Após não cumprir o acordo diante do Avaí, Bauermann teria mantido a posse dos R$ 50 mil e aceitado ser expulso no jogo seguinte, contra o Botafogo, pela 37ª rodada. Ele recebeu cartão vermelho após o apito final do duelo em questão.
Foi revelado que a Justiça de Goiás tornou o defensor santista e outros 15 investigados, entre jogadores e apostadores, em réus. Também vieram à tona supostas conversas entre Bauermann e um aliciador, que constam nos autos do inquérito, nas quais o zagueiro recebe ameaças, admite ter topado participar do esquema e cogita pagar a quadrilha com valores obtidos através de uma possível transferência de clube.