Peças do elenco não vão solucionar o problema do meio-campo do Santos
Soa repetitivo - e é - mas a falta de criatividade e organização na transição do meio para o ataque é pedra no sapato: armadores do plantel e atacantes improvisados não resolverão
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Soa um tanto quanto repetitivo - e de fato é - mas o meio-campo do Santos é um grande problema desde o início da temporada. A falta de um titular absoluto para o setor de armação deixa lacunas em outros pontos da equipe: há uma desorganização na transição do meio-campo para o ataque. Não há criatividade no setor, deixando praticamente toda a responsabilidade de jogadas decisivas para as alas do Alvinegro.
Desde sua chegada ao clube, Jair Ventura ponderou que não faria pedidos públicos de reforços à diretoria. Depois da derrota para o São Paulo, porém, o técnico do Santos deixou escapar seu descontentamento com a não contratação do armador, prometido há algum tempo.
O técnico tem razão: as peças à disposição não solucionarão o problema e tampouco improvisar atacantes com outras características no setor deve resolver a lacuna da equipe santista.
- Estamos buscando esse homem de ligação, já que não adianta ter muito atacante só. Hoje, não temos esse camisa 10 no elenco e crio alternativas. O Vitor Bueno faz essa função, mas não tenho opção. Rodrygo e Sasha já improvisaram e será assim enquanto não acharmos um camisa 10 no mercado - havia dito, e completado:
- Temos de dar solução. Nem sempre vamos conseguir, principalmente quando perde. Bueno está com mais chances e vamos buscar. De repente, vamos jogar sem esse 10. É uma carência como falamos desde o primeiro jogo. Mas as competições não param.
Contra o Tricolor, o Santos começou jogando com Bueno na armação. O camisa 7 errou alguns passes e se mostrou pouco ativo no momento de procurar a bola para construir jogadas. "Escondido', não rendeu o que se espera - algo que já vem acontecendo há alguns jogos. Jean Mota, poupado no início, entrou bem e apareceu mais à frente, mas também encontrou dificuldades para conectar os setores da equipe.
Com a dificuldade de fazer a bola passar pelo meio-campo, a válvula de escape do Peixe foi pelas alas, principalmente a esquerda, com Rodrygo e Dodô. O atacante e o lateral trocaram bons passes e protagonizaram lances perigosos. Quando foi orientado a jogar mais centralizado no meio-campo, o 'Rayo' caiu de rendimento. Improvisar dificilmente vai solucionar.
O que fazer, então? A única possibilidade de Jair no momento, como ele mesmo disse, é seguir buscando soluções. O treinador tem sido cobrado e sabe que enquanto o futebol do Santos não convencer, será responsabilizado por isso. Cabe a ele tentar administrar a complicada situação.
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