Polêmica, Netflix, dívida e Rodrygo: Conselho divulga relatório do Santos
Parecer do Conselho Fiscal aponta para uma dívida superior a R$ 40 milhões neste primeiro semestre de 2018, além de gastos no cartão corporativo do clube de cunho pessoal
Na tarde desta segunda-feira, o LANCE! teve acesso ao relatório emitido pelo Conselho Fiscal do Santos. No documento de 14 páginas, está a análise das contas e um balanço do que foi feito no primeiro semestre de 2018, além de uma listagem de gastos no cartão de crédito corporativo do Peixe da gestão anterior, presidida por Modesto Roma Júnior, na qual aparecem gastos em sites como Netflix, Apple Store e lojas como a Lacoste.
Os valores dos gastos não foram revelados. No documento, consta que o próprio Conselho buscou informações a respeito das compras para ressarcir o clube caso sejam de cunho pessoal, mas não recebeu resposta sobre o assunto. Ainda é dito que o cartão corporativo está sendo usado por quatro pessoas diferentes na atual gestão. Foram enviadas três faturas ao CF e não consta qualquer tipo de irregularidade.
Dívidas e críticas à atual gestão
Além de Modesto, José Carlos Peres também é criticado no documento. Antes de encerrar, o Conselho Fiscal pondera que não consegue enxergar que o atual presidente tenha "as rédeas" da situação do clube e espera que melhorias sejam feitas nos próximos meses. No primeiro semestre, o clube fechou com um prejuízo de R$ 44.310.094,55. A previsão era de um lucro de R$ 30.367.861,61. A diferença é tão grande pois a venda de Rodrygo para o Real Madrid ainda não foi contabilizada. O parecer será apresentado na próxima quinta-feira, em reunião do Conselho Deliberativo, na Vila Belmiro.
Doyen não tem direito sobre a venda de Rodrygo
A venda do Rayo ao clube espanhol, inclusive, norteia todo o documento. Em determinado tópico, o Conselho notifica que a Doyen Sports, fundo maltês, não tem direito a qualquer valor sobre a venda do jogador de 17 anos. Havia a suspeita de que o fundo tivesse direito a 4% de toda venda internacional feita pelo clube até 2019. O Conselho Fiscal, porém, não reconhece o contrato feito na gestão de Modesto.
Polêmia com zagueiro equatoriano resolvida
A polêmica transação envolvendo a compra do zagueiro equatoriano Jackson Porozo parece ter sido resolvida. Se antes o Santos destinaria uma porcentagem de uma futura venda à Hi Talent, empresa que teve como sócio fundador Ricardo Marco Crivelli, o Lica, apontado como sócio de Peres e investigado por pedofila, agora a transação foi "arrumada". Não há mais nenhum tipo de valor a ser destinado para terceiros.