Quais são os próximos passos e o que esperar de Jorge Sampaoli no Santos
Anúncio de "aceite assinado" causa dúvida entre torcedores e L! explica o significado. Em primeiro trabalho no Brasil, argentino tenta esquecer fiasco na seleção de seu país em 2018
O anúncio de um "aceite assinado" entre Santos e Jorge Sampaoli causou estranheza e movimentou as redes sociais na tarde da última quinta-feira. De fato, ainda não há um contrato assinado entre o treinador argentino e o clube brasileiro e restam detalhes a serem discutidos antes da "batida do martelo". Mesmo assim, há uma confiança interna enorme no Alvinegro de um final feliz. E justamente tal confiança impulsionou o marketing do clube a alavancar as interações no Twitter com pistas e informações preliminares sobre o acordo.
Sampaoli é aguardado no Brasil neste sábado para findar as divergências e assinar o acordo de duas temporadas com seu primeiro clube no país. Neste momento, o martelo não está batido em relação aos valores contratuais, incluindo a pedida salarial do treinador. O valor não deve se distanciar tanto dos vencimentos de Cuca e sua comissão técnica. Resta saber quanto o Santos disponibilizará para os membros da comissão do argentino. A tendência é que Sampaoli venha com mais duas pessoas.
O próprio estafe do treinador recebeu com estranheza o anúncio do clube sem um contrato assinado. O aceite é apenas um termo de compromisso entre as duas partes, nas quais ambas devem honrar o compromisso discutido. Segundo o Santos, "uma vez aceita a proposta pela outra parte, comprometem-se ambos a realizar o negócio". Fiando-se no tal aceite, o Santos, então, abriu a negociação com sua torcida. Nem mesmo funcionários de partes importantes do clube estavam sabendo.
O que esperar de Sampaoli no Santos?
Confirmado o acerto e assinado o contrato, Sampaoli chega ao Santos com dois grandes desafios na carreira: recuperar o prestígio perdido após um trabalho ruim na seleção argentina e se adaptar ao futebol brasileiro, onde nunca treinou equipes antes. Serão estes os dois nortes do trabalho do argentino.
Campeão da Copa América com o Chile em 2015, o veterano chegou ao comando da seleção Argentina depois de um trabalho considerado bom no Sevilha, da Espanha. Em um ano, foi do céu ao inferno. Se no começo era praticamente unanimidade e o técnico do sonho para a seleção de Lionel Messi e cia, saiu depois de perder prestígio entre o próprio elenco e a direção da Federação Argentina de Futebol. Somado a isso, ainda carregou o fracasso na Copa do Mundo da Rússia, com uma classificação sofrida da fase de grupos às oitavas e uma eliminação para a França com um time desconfigurado.
Dado todo esse contexto, o desafio no Brasil não será pequeno para o argentino de 58 anos. Mesmo assim, um bom trabalho no Santos poderá significar também uma retomada dos bons momentos da carreira e a abertura de um novo mercado para trabalho. Novos horizontes podem surgir.