A novela envolvendo o volante Carlos Sánchez está longe de um final. O Santos já anunciou que vai entrar com recurso para tentar reverter a decisão da Conmebol e quer entender porque foi duplamente punido pela entidade: além de perder a partida de ida das oitavas de final da Libertadores nos tribunais por 3 a 0, para o Independiente, o Peixe ainda não poderá contar com o camisa 7 na partida desta noite, no Pacaembu.
Por isso, o clube pretende protocolar uma petição questionando os motivos da Conmebol a puni-lo duplamente. Tal documento deve ser protocolado antes da partida desta terça-feira. Em nova nota oficial divulgada no site, o Santos usa o termo Esse bis in idem punitivo para se referir a decisão que considera arbitrária. A resposta da entidade fará parte do recurso do Peixe no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
De acordo com o regulamento da Fifa, não se pode punir um clube duplamente pelo mesmo erro. O regulamento da Conmebol, porém, não é claro ao explicar tal detalhe. Há o entendimento no Alvinegro de que o Código Disciplinar da Fifa é soberano a qualquer outro tipo de regulamento de competições de entidades menores.
Confira a nota oficial divulgada pelo Santos:
O SANTOS FUTEBOL CLUBE vem a público, diante da lamentável e constrangedora decisão da Unidade Disciplinar da CONMEBOL, manifestar seu repúdio ao critério de (in)justiça utilizado, com notório tratamento desigual da Entidade Máxima do futebol sul-americano com os Clubes brasileiros.
A postura da decisão, em reflexo do que foi vivido na audiência realizada ontem na CONMEBOL, revela a desigualdade e a incompatibilidade de armas dos Clubes disputantes da Conmebol Libertadores, especialmente quando atribui ilegalmente uma dupla punição ao Santos FC, determinando um placar de 3×0 no primeiro confronto em favor do Independiente e também retirando o atleta Carlos Sanchez da partida de hoje. Esse bis in idem punitivo é frontalmente contrário ao estabelecido no Código Disciplinar da FIFA.
Diante desta instabilidade no cenário político vivido pelos Clubes brasileiros na CONMEBOL, há uma necessidade premente de uma união de todos os representantes do desporto brasileiro em torno de nossas convicções, para que o nosso futebol não venha a ser grosseiramente prejudicado não só nas quatro linhas como fora delas.
Registramos, derradeiramente, que este Tricampeão da Libertadores e que por duas vezes levou o nome do futebol sul-americano ao topo do Mundo irá até as últimas instâncias para defender o seu direito de competir em igualdade, bem como não esmorecerá na busca incessante pela justa indenização pelos prejuízos já causados.