Às vésperas de completar 37 anos, o jogador mais velho do atual elenco do Santos é reconhecido por torcedores e jogadores como o pulmão da equipe. Líder dentro e fora de campo, o volante Renato, coordena os mais jovens e dita o ritmo no meio-campo.
Ídolo do clube, com três títulos conquistados em quase sete anos de casa, Renato chega à sua quinta decisão com a camisa santista tendo a missão de anular a posse de bola do Audax, time que mais troca passes na competição.
Entretanto, a ousadia do Osasco Audax, time que eliminou São Paulo e Corinthians no Paulistão, não chega nem perto de assustar o experiente volante do Alvinegro.
Enquanto defendeu o Sevilla (ESP), Renato encarou a avassaladora posse de bola do Barcelona na final da Copa da Uefa, em 2006. Mesmo com 75% do tempo de bola rolando nos pés do Barça de Ronaldinho, a equipe de Renato goleou por 3 a 0 e ainda conquistou o título inédito.
- Estudamos o Audax, sabemos que tocam a bola. A posse não pode ser fundamental em um jogo. Às vezes a equipe tem 70% de posse de bola e acaba perdendo. Já tive essa experiência com o Barcelona, que teve 75%, mas ganhamos de 3 a 0 e fomos campeões. Independentemente da posse, procuraremos neutralizar o ponto forte deles - disse o ídolo, em entrevista exclusiva ao LANCE!.
Com quatro finais de campeonato disputadas desde que chegou ao Santos para sua primeira passagem, Renato é acostumado às decisões.
Mas a de 2016 será "inédita" para o volante. Tendo encarado Corinthians, Boca Juniors e Palmeiras nas finais que disputou no clube, Renato terá pela primeira vez um "azarão" pela frente.
Com o exemplo do Ituano em 2014, que bateu o próprio Santos na final, o experiente camisa 8 não foge do favoritismo, mas espera que a equipe não entre na onda de campeão antes da hora e pede respeito.
- O favoritismo por parte da imprensa existe, nós somos o grande da final. Mas não podemos achar que já somos campeões. Tivemos exemplo do Ituano, então não podemos subestimar, principalmente o Audax, que vem crescendo - disse.
Com pulmão de decisão, Renato quer mais uma vez ser campeão.
Confira um bate-bola exclusivo com o volante Renato:
A preparação é diferente quando a equipe chega em uma final?
A única preparação é principalmente ajustar erros. Quando se trata de uma final, temos que olhar o adversário, procurar ajustar o que ele tem de bom e procurar neutralizar. Isso é uma das coisas que a gente vem trabalhando. No mais é fazer o que a gente vem fazendo. E o especial, que a gente sabe, é o mental. Procurar estar mentalizado nesses dois jogos para que a gente possa ser campeão.
Na primeira fase, você machucou o nariz e não encarou o Audax. Seria mais fácil se tivesse jogado?
Não, independentemente disso, atuei ano passado e acredito que a filosofia é a mesma. São outros jogadores, mas naquela partida a gente viu a dificuldade. É uma equipe que toca a bola, o Diniz dá essa liberdade para os jogadores terem a bola. Então a gente vai ter dificuldade, mas tendo jogado ou não sei das dificuldades.
Você se considera o pulmão da equipe do Santos?
Eu procuro organizar a saída de bola, procurando a ligação da defesa para o meio, ou da defesa para o ataque. Não é que me caracterizo como pulmão, mas procuro ditar o ritmo do jogo, às vezes falo para parar, ou para tocar. Quando tem que acelerar, vai. Não digo pulmão, mas tanto eu quanto o Thiago procuramos dar equilíbrio no meio entre a defesa e o ataque.
Espera o título como presente de aniversário adiantado?
Verdade, uma semana depois completo 37. Será um presente não só para mim, mas para o torcedor também. Vai ser um presentão, e espero que a gente possa vencer.