Sandry não joga pelo Santos desde cotovelada no Paulistão: especialista explica quadro clínico do volante
Meio-campista do Peixe está em tratamento de infecções após cirurgia facial
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O volante Sandry, do Santos, apresentou quadro de infecção na semana passada, e o clube informou que a situação tem sido recorrente. As infecções acontecem próximas ao local de sua cirurgia na face e, em conjunto com o cirurgião e o atleta, foi optado pela realização de um pequeno procedimento para tratamento.
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Com isso, o meio-campista se ausentou dos treinamentos. A última partida do camisa 6 foi no dia 19 de fevereiro, contra a Portuguesa, quando ele sofreu a cotovelada que causou as fraturas faciais. Desde então, Sandry foi relacionado para oito jogos, mas não saiu do banco de reservas.
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Para entender o quadro de saúde do volante, o LANCE! conversou com o doutor Ivan França, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Confira abaixo!
Infecções pós-operatórias são comuns?
São bastante raras. Porque os grandes hospitais e clínicas se cercam de muitos cuidados para que essas infecções não ocorram. Mas sempre existe um risco de infecção. Mas há medidas para mitigar esse risco, os hospitais têm o setor de controle de infecção hospitalar... que seguem normas nacionais, internacionais, da Anvisa. São raras de acontecer, isso pode ter mais a ver com o próprio paciente, a condição, o local da cirurgia, como também se as barreiras de prevenção forem quebradas.
E no caso específico do Sandry?
Uma cirurgia bucomaxilofacial (no rosto) existe um risco maior, porque há proximidade maior com a cavidade oral e os dentes. Você tem uma flora de bactérias que moram aí, na nossa boca, da região nasal, das vias aéreas, dos dentes. Esse tipo de bactéria convivem com a gente, não nos faz mal, algumas fazem até bem. Mas numa situação como uma cirurgia, você tem cortes, provavelmente envolveu fratura óssea. Muitas vezes você tem que reconstruir nessa região com algum tipo de prótese, material metálico... Tudo isso aumenta dessas infecções.
É um quadro grave?
Existem muitas orientações no preparo pré-operatório, além dos cuidados durante a cirurgia, os cuidados na pós-cirurgia. Então, essas infecções, quando ocorrem, podem ser graves. Requerem tratamento com antibióticos e um acompanhamento de perto do cirurgião e muitas vezes de um infectologista. Pode levar à hospitalização e pode até precisar de internação em UTI. Nesse caso (do Sandry), parece ser um caso mais leve, mas requer um tratamento mais próximo da equipe médica.
Qual o tempo ideal para o tratamento?
Normalmente esse é um tratamento longo. Tratamento de infecção cirurgica, quando se envolve ossos da face, o tratamento pode chegar a seis ou 12 semanas, a depender do caso. O tratamento é cirúrgico e clínico, muitas vezes só clínico (com antibióticos). Em casos mais graves, é preciso fazer uma nova cirurgia.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas são febre, dor no local da cirurgia, inchaço no local, vermelhidão e, nos casos mais sérios, saída de secreção.
Como o quadro pode atrapalhar o desempenho de Sandry?
Pode atrapalhar bastante a performance de um atleta. O paciente, com infecção, o organismo todo sofre, a pessoa pode sentir dor, febre, dores no corpo, fraqueza muscular. Então, o atleta precisa de um tempo para se recuperar depois de um quadro infeccioso.
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