Titular do Santos, meia foi brecado pela mãe e teve ‘privilégios’ na base
'Última peça' do encaixe santista e disputando sua primeira decisão, Vitor Bueno foi ‘brecado’ pela mãe na base. Meia, aliás, repete trajetória do astro Lucas Lima no clube
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Cinco meses depois de nem ser relacionado para a decisão de um campeonato, um meia torna-se titular do Santos. A história pode até lembrar o início de Lucas Lima no clube, que ficou fora da final contra o Ituano, em 2014, mas a jornada pertence a Vitor Bueno.
Última peça do encaixe do atual time de Dorival Júnior e nem sequer relacionado para as finais da Copa do Brasil, Vitor superou diversos concorrentes até alcançar a titularidade, mesmo correndo por fora na disputa com Serginho, Paulinho e Patito e se credenciar ao posto de futuro campeão paulista.
Tímido, "caseiro" e apegado à família, como ele próprio admite ser, Vitor teve um início um pouco diferente no futebol em relação à maioria dos sonhadores jogadores.
Natural de Monte Alto, no interior de São Paulo, o jovem chamou a atenção de clubes e empresários desde cedo, até ser "fisgado" pelo Monte Azul, cidade próxima à sua.
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Entretanto, para defender as cores do clube, Vitor Bueno precisaria se alojar no clube com os demais companheiros para seguir a rotina de treinamentos. Protegido desde cedo pelos pais quanto às falcatruas do mundo da bola, a mãe de Vitor, Dona Zilda, vetou sua ida.
Interessados no futebol promissor do jovem meia, o então treinador do Monte Azul, Luis Carlos Baiaga, recorda as "negociações" com Dona Zilda para autorizar Vitor a ir treinar apenas de sexta-feira, jogar no sábado e depois retornar para sua cidade natal. O treinador ainda garante que, por sua qualidade acima da média, os outros garotos não ficavam enciumados.
- Foi difícil, porque de 13 para 14 anos a mãe não queria deixar ele alojar com a gente. Ele só fazia o coletivo na sexta, jogava sábado e depois ia embora. Só que os outros meninos entendiam, porque ele sempre foi diferenciado - relembrou o treinador, ao LANCE!.
Já crescido, mas ainda tímido, e vivendo há anos longe de casa, Vitor tem o apoio dos pais, da madrinha e da namorada com frequência aos finais de semana em Santos. No próximo domingo, tem, em sua nova "casa", a chance de mostrar à Dona Zilda que a persistência em busca do sonho valeu a pena.
Com a Palavra: Luis Carlos Baiaga, treinador de Vitor no Monte Azul:
"Trabalhei com o Vitor só no infantil. Com 15 anos, briguei com o treinador dele no Monte Azul para colocá-lo em campo na Taça BH, para jogar com o Corinthians. Era o mais novo do time. Talento dele de cara ficou evidente. Se eu tivesse outro Vitor aqui hoje, estaria muito feliz (risos)."
Com a Palavra: Alexandre Ferreira, treinador de Vitor no Botafogo-SP
"Vitor chegou para a gente no sub-20 e subimos praticamente juntos ao profissional. Já nos treinos mostrava muita capacidade, e no primeiro jogo ao qual levei ele, contra o Novorizontino, ele estreou com gol. É um jogador muito interessante, com alto poder de finalização. Parece ser lento, mas é um jogador rápido e muito técnico no chute e nos passes."
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