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São Paulo acertou os lados do campo, agora precisa de um camisa 10

Escalados abertos nas beiradas, Brenner e Marcos Guilherme são os responsáveis pelas jogadas ofensivas do Tricolor; meio de campo é território ainda não utilizado pelo time

Madureira x São Paulo
O técnico Dorival Júnior vai, aos poucos, dando sua cara ao time (Rubens Chiri/saopaulofc.net)

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O São Paulo versão 2018 ainda está em fase de ajustes. A equipe do técnico Dorival Júnior não fez boa partida contra o Madureira, apesar da vitória magra, por 1 a 0, e vai se adaptando ao novo modelo de jogo (4-3-3) com dois pontas bem abertos. Aos poucos, a ideia vai sendo implantada e os jogadores vão se acostumando ao estilo. O problema, porém, é que o Tricolor precisa urgentemente de um meio-campista com características de armação.

A escalação de Marcos Guilherme, pela direita, e Brenner, pela esquerda, está dando certo. Ambos ficam quase na linha lateral do campo, abrem a defesa adversária e são velozes pelas pontas. Acontece que, nesta fase final de pré-temporada, este é o único recurso do Tricolor para vencer suas partidas e, quando os dois são bem marcados ou a energia chega ao fim, o São Paulo não tem nem uma variação tática sequer para conseguir seus gols.

O time quase não consegue chegar à defesa adversária pelo meio de campo. Não há infiltração dos volantes e é possível observar uma total ausência de passes em profundidade para os dois pontas e também para Diego Souza, escalado como centroavante desde a sua chegada ao clube.

Desta forma, as jogadas da equipe limitam-se aos cruzamentos rasteiros - por onde saíram os gols contra Corinthians e Madureira. As bolas aéreas quase sempre são afastadas pelas zagas adversárias. A consequência dessa limitação são os poucos gols feitos pelo clube neste início de temporada (4 em 5 partidas, média de apenas 0,8 por jogo).

Escalado nas três últimas partidas do Tricolor, Shaylon não está conseguindo dar conta do recado. Apesar de ser bem prestativo à equipe e arriscar algumas jogadas, o garoto tem dificuldades para chamar a responsabilidade na posição e também não tem chegado tanto à área adversária para concluir as jogadas. 

Diante da dificuldade, a diretoria foi buscar o meia Nenê, no Vasco, e ainda conta com o peruano Cueva no elenco, que ainda tem destino incerto dentro do São Paulo após pedir para não viajar para o jogo contra o Mirassol - terceira rodada do Paulistão - e externar publicamente seu descontentamento com a reserva (desmentida, dias depois, pelo próprio jogador).

Seja quem for que vá assumir a vaga de camisa 10, precisa fazer o time mudar de postura durante os jogos e desafogar os lados dos campos.  O Tricolor necessita arriscar mais de fora da área e ter um articulador que saiba lançar bolas em profundidade para seus dois pontas. Sem esse tipo articulação fica difícil abrir os ferrolhos defensivos adversários.

Vale lembrar que os dois laterais titulares (Militão e Edimar) possuem características defensivas e, com isso, Dorival pode liberar Petros ou Jucilei para chegarem ao gol adversário. O treinador, aos poucos, vai ajustando a equipe conforme suas crenças. O São Paulo carrega uma pressão grande e os resultados não virão do dia para a noite. Há de se ter paciência, torcedor. 

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