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Amigos galáticos e garra platina: Thomaz busca sucesso no São Paulo

Meia já morou com a família de Kaká, foi parceiro de Pato e usa o mate para se entrosar com os gringos do elenco do Tricolor. Experiência internacional é arma na Sul-Americana

Thomaz fez seis partidas pelo São Paulo, com um gol e uma assistência
(Foto: Bruno Grossi)

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Se um dia você for desafiado por Thomaz para uma pelada dos amigos dele contra os seus, o mais indicado é recusar. As amizades do meia do São Paulo podem vir da Itália, da Argentina ou do Uruguai e o conduzem na luta por espaço e sucesso no Tricolor. A começar pelo duelo desta quinta-feira, às 21h45, contra o Defensa y Justicia (ARG) no Morumbi, pela Copa Sul-Americana.

- Eles têm um time que briga muito e é veloz na frente, com jogadores muito rápidos. Só nos interessa vencer, o empate não serve (pois o primeiro jogo, na Argentina, terminou 0 a 0), então precisamos ir para cima desde o começo para passar dessa fase - projetou o camisa 19, em entrevista ao LANCE!.

O São Paulo precisa vencer para se classificar à segunda fase da Sul-Americana. Empates com gols dão a vaga ao Defensa

Thomaz tem pouco mais de um mês no São Paulo, com seis jogos, um gol e uma assistência. A história com o clube paulista, porém, é muito mais antiga, desde as primeiras categorias de base na sede social do Tricolor. Lá, conheceu a família Izecson dos Santos Leite, tornou-se amigo de Digão, o irmão mais jovem, e de Kaká, o mais ilustre, que chegaram a abrigá-lo em casa nas primeiras aventuras pelo futebol internacional, em Milão.

A Itália permitiu que Thomaz reencontrasse outro parceiro da juventude: Alexandre Pato, seu colega de sub-20 no Internacional. O atacante atuava com Kaká no Milan, enquanto o meia jogava pelo Chiasso, da Suíça, sediado em cidade distante 40 minutos de Milão.

O paulistano não parou de rodar o mundo. Na terra natal, conheceu Sidão, seu companheiro no Tricolor. Encarou o futebol dos Estados Unidos e, há três anos, o da Bolívia. Firmou-se no Jorge Wilstermann, jogou duas Sul-Americanas e uma Libertadores - a deste ano, na qual chamou a atenção do São Paulo mesmo aos 31 anos - e incrementou seu repertório cultural com elementos que o deixaram ainda mais em casa no elenco do Tricolor.

Confira bate-bola exclusivo com Thomaz:

Já está adaptado ao clube? A torcida já te reconhece?

Estou adaptado. Creio que foi muito fácil pelo fato de ter começado na base daqui. O grupo é bom e os jogadores são tranquilos, o que ajuda muito. A relação com a torcida é muito boa. Até me surpreendi, porque joguei pouco e já me dão um carinho muito grande. Só posso agradecer e retribuir em campo.

Como avalia o time?
O time está bem. Os pontos positivos de posse de bola, de controlar o jogo sempre e ter mais finalizaões que os adversários são muito importantes. O que falta mesmo é um equilíbrio maior defensivamente para não tomar os gols que tomamos. Esse período de treinos serviu para arrumar onde estávamos falhando. Agora chegaremos bem mais preparados.

Pode ter mais chances de ser titular nesta quinta por ter jogado mais torneios sul-americanos e atuado na Bolívia?
Acho que todo mundo trabalha para jogar, o grupo é forte e capacitado. Creio que quem ele escolher dará seu melhor. Disputei duas Sul-Americanas e uma Libertadores, então já conheço a competição e posso contribuir com o que passei por um time mais fraco. Agora, em um time que entra para brigar por título, a situação é um pouco diferente.

Tem treinado em que função?
Venho treinando às vezes junto com o cueva, com dois meias, ou aberto como atacante. Onde ele colocar, todo mundo estará preparado. Não tenho preferência. Do jeito que ele monta, todos jogam bem. Foi assim contra o Cruzeiro, quando merecíamos passar.

Como você é fora de campo?
Sou um cara tranquilo, com dois filhos pequenos, Benjamin e Joshua, de três e um ano. Sempre que tenho folga, estou com eles. Saio para comer com minha esposa e eles, vamos na casa dos meus pais aqui em São Paulo, vamos muito à igreja. O tempo livre é para passar com eles.

O que trouxe da cultura dos lugares onde viveu?
Joguei na Suíça, num lugar muito perto da Itália, 40 minutos de Milão e comia bem para caramba, até engordei. Da Bolívia, criei o hábito de tomar o mate... Cada lugar dá coisas novas e boas para você. Na Bolívia, como tinham muitos argentinos e uruguaios, peguei um espírito mais aguerrido para meu jogo. Agora posso tomar mate com Lugano, Buffarini, Chavez, Pratto... Os gringos gostam. Consigo conversar, fiquei três anos lá, mas eles brincam que falo boliviano, não espanhol. Tomo mate com eles, o Pratto até me trouxe mais erva. São gente boa.

Digão, irmão Kaká
Digão se aposentou do futebol em 2013 (Foto: Divulgação)

Você é padrinho de casamento do Digão, irmão do Kaká?
A gente começou junto no São Paulo. E quando eu saí do Inter para ir à Itália, fui morar com eles. Foi o pai dele quem me levou para o Lecce. São sensacionais, me ajudaram muito no começo. Ele, o Kaká, o Bosco e a Simone (pais de Kaká). Eles me abriram as portas da casa deles. O Kaká era casado, morava com a mulher, mas sempre estava lá. Morávamos em Milanello.

E a amizade com o Pato?
Primeiro no Inter, mas depois ele foi para o Milan e eu, para a Suíça. Como era muito perto, sempre nos encontrávamos.

E fala com eles até hoje?
Com Kaká troco algumas mensagens, é um cara muito gente boa, mas está lá nos Estados Unidos (risos). O Pato também.

Acompanha o Jorge Wilstermann ainda?
Sim, vejo os jogos. Não só do Jorge, mas da Libertadores em geral. São jogos bons de assistir. Acredito que eles têm chance de passar.

Ficou feliz com a vitória deles contra o Palmeiras?
Eu torço para o São Paulo (risos). Sempre torci, desde a base. Agora ainda mais!

O que gosta de ouvir?
Gosto mais de música gospel. Escuto funk com eles no vestiário, mas no meu carro é mais gospel.

Pode ser um líder do elenco pela experiência?
Líderes aparecem em campo e todos podem dar sua contribuição. Eu me sinto preparado para ajudar, de acordo com o que o Rogério quer e pela minha experiência.

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