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ANÁLISE: É preciso reconhecer o óbvio: Independiente del Valle hoje é mais ‘copeiro’ que o São Paulo

Tricolor perdeu. Mas não foi para qualquer um. Atualmente tem de se admitir o que está claro: os equatorianos estão degraus acima dos brasileiros na América do Sul

São Paulo x Del Valle
imagem cameraTricolores desolados no estádio de Córdoba após derrota na decisão deste sábado (Foto: Rafael Ribeiro/ LANCE!)
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Lance!
Enviado especial a Córdoba (Argentina)
Dia 01/10/2022
20:48
Atualizado em 01/10/2022
22:57

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Antes que você, caro leitor, se exalte com este escriba por conta do título, é importante ressaltar o óbvio: o São Paulo em nenhum momento menosprezou o Independente del Valle. E nem poderia. Como antecipei, é preciso admitir algumas coisas por mais doloridas que elas sejam. E a principal delas é que, atualmente, o clube equatoriano tem muito mais bagagem e moral em disputas sul-americanas que o Tricolor. Provou isso na vitória por 2 a 0 neste sábado (1), que lhe rendeu o segundo título da Copa Sul-Americana, em Córdoba (Argentina).

+ Confira as notas dadas pela equipe L! aos jogadores do São Paulo após a derrota na final da Copa Sul-Americana para o Del Valle

Ninguém aqui está diminuindo o valor são-paulino. Também não teríamos como. É o clube brasileiro com mais títulos além da fronteira. Entretanto é inegável que o rival equatoriano, hoje, está degraus acima do Tricolor na escala de importância continental.

Senão vejamos. A última vez que o São Paulo havia chegado a uma decisão internacional antes deste sábado (1) foi em 2012. Nesse período, o Del Valle, que faz um dos melhores trabalhos de base e estrutura da América do Sul, alcançou um vice da Copa Libertadores, em 2016, e um título da mesma Sul-Americana, em 2019.

Além disso, os 'Rayados', como são chamados, ostentam um histórico bastante parelho contra equipes brasileiras ao longo desses mesmos anos: em jogos contra América-MG, Atlético-MG, Botafogo, Bragantino, Corinthians, Flamengo, Grêmio e Palmeiras, foram oito vitórias, quatro empates e oito derrotas.

Tudo isso ocorreu durante uma ascensão meteórica. O
clube chegou à segunda divisão equatoriana apenas em 2008, subindo para o primeiro nível dois anos depois. Em 2013, disputou um torneio continental pela primeira vez e foi vice-campeão nacional. Três anos depois, eliminou Boca Juniors e River Plate, os gigantes argentinos, para chegar à final da Libertadores com o elenco mais jovem a disputá-la, mas perdeu para o Atlético Nacional, da Colômbia. Por fim, finalmente venceu o Campeonato
Equatoriano no ano passado.

A partida em Córdoba foi o reflexo dessa antítese entre um time vitorioso e um desesperado por uma fila e que acumula fracassos no seu passado recente. E a importância dada pelo torcedor ao jogo desta tarde, se locomovendo por mais de 8 mil quilômetros para uma decisão de segundo escalão, explicita essa angústia atual do clube do Morumbi.

A história mostra que o São Paulo tem a bagagem para ser os rivais Palmeiras e Flamengo, acumulando finais e boas campanhas seguidas no continente. Mas o momento atual deixa claro que, primeiro, a prioridade no Morumbi é muito mais a de virar um Del Valle.

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