A confusão entre um conselheiro e Carlos Augusto de Barros e Silva, presidente do São Paulo, após o clássico contra o Corinthians no último domingo no Morumbi foi parar na Polícia. Nesta segunda-feira, Pedro Mauad, conselheiro que disse ter sido agredido por Leco, registrou um Boletim de Ocorrência contra o dirigente reafirmando a agressão. Agora, Mauad pretende entrar com uma representação no Conselho Deliberativo contra o mandatário tricolor e não descarta um processo judicial.
Com a ocorrência em mãos, e mais a assinatura de conselheiros incomodados supostamente com o comportamento de Leco, Mauad pretende levar o presidente ao Comitê de Ética do clube. Foi esse órgão responsável por expulsar, em abril do ano passado, Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro do quadro de conselheiros. Entre outras coisas, por conta do episódio em que Ataíde agrediu Aidar em hotel na capital paulista, pouco antes de o ex-presidente renunciar ao cargo, em outubro de 2015.
O episódio que gerou o B.O, envolvendo Mauad e Leco, aconteceu no último domingo no Morumbi logo após o clássico contra o Corinthians. O conselheiro alega que foi agredido pelo presidente após abordá-lo calmamente para falar de situações passadas. O dirigente nega a agressão, que também teria participação de um de seus filhos. O atrito entre eles, no entanto, é mais antigo.
Em julho, Mauad postou no Facebook uma foto de Leco em encontro com Ataíde, e sugeriu que os dois estavam partilhando comissão, em diálogo com o também conselheiro Douglas Schwartzmann, ex-diretor na gestão Aidar. Por conta disso, o presidente entrou com uma representação no Conselho contra o conselheiro e ameaçou processá-lo.
Fato é que a situação política do presidente do São Paulo é turbulenta. Leco vem sendo criticado internamente inclusive por aliados por conta de sua postura em alguns episódios. No último sábado, o site "Chuteirafc" publicou entrevista com o presidente na qual ele volta a fazer ataques a Rogério Ceni. Também criticou Cueva e disse que não será possível segurar Jucilei. Isso, às vésperas do clássico contra o Corinthians, foi considerada mais uma escorregada do dirigente. Conselheiros também dizem que o mandatário tenta minimizar a situação crítica do time, que já contabilizou 13 rodadas na zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Dizem que ele está fora da realidade e criaram até o termo "Lecolândia" para falar de ações do presidente.
Leco foi reeleito presidente do São Paulo em abril deste ano batendo José Eduardo de Mesquita Pimenta e tem mandato até dezembro de 2020. Ele é o primeiro presidente remunerado da história do clube, norma incluída no novo estatuto.