São Paulo se arma para evitar que Calleri seja o ‘novo Ricardo Oliveira’
Depois do trauma de perder o agora santista entre as finais da Libertadores de 2006, Tricolor tem cláusula que estende vínculo de argentino por mais um mês
Em 2006, Ricardo Oliveira era a grande esperança do São Paulo para bater o Internacional na final e faturar o tetracampeonato da Copa Libertadores da América. Um vacilo burocrático, porém, evitou que o empréstimo do Bétis (ESP) fosse renovado e tirou o centroavante do time dias antes da decisão no Beira-Rio. Calejado pelo caso de uma década atrás, o Tricolor se armou para não perder Jonathan Calleri de forma inesperada neste ano.
Apesar do contrato com o São Paulo ter validade somente até o dia 30 de junho, o atacante argentino ainda pode defender o clube paulista por mais um mês. Isso porque os tricolores acertaram com o pai e empresário do atleta, Guillermo Calleri, que o vínculo será estendido caso os comandados de Edgardo Bauza cheguem às semifinais ou finais da Libertadores.
A cláusula, inclusive, foi um dos últimos detalhes fechados com Calleri, que foi emprestado pelo Deportivo Maldonado (URU) ainda na semana passada e que viajou ao Brasil na última segunda-feira. Os uruguaios compraram o atacante do Boca Juniors (ARG) e irão repassá-lo à Internazionale (ITA). O time de Milão apenas exigiu que o argentino se apresente antes do fim de julho.
Ao apostar em um jogador por apenas seis meses, o São Paulo repete fórmula de sucesso da década passada, quando quatro atacantes caíram nas graças da torcida com apenas um semestre no clube. O primeiro deles foi Luizão, que se tratou no Reffis e decidiu ficar no Morumbi, onde levantou as taças do Campeonato Paulista e da Libertadores de 2005.
A fórmula funcionou no mesmo ano com Amoroso, que se tornou ídolo tendo jogado apenas no segundo semestre. Adriano, o Imperador, foi outro que teve grande desempenho a curto prazo, mesmo sem ter conquistado títulos. E Ricardo Oliveira, o mesmo protagonista do trauma de 2006, conseguiu convencer com alta média de gols duas vezes - voltou por seis meses em 2010.
Relembre os números dos reforços de um semestre do Tricolor:
Luizão
Chegou em 2005 para tratar lesão no Reffis, estreou com gol em clássico contra o Palmeiras e faturou os títulos do Paulistão e da Libertadores. Fez oito gols em 19 partidas entre fevereiro e julho.
Amoroso
Contratado em junho para substituir Grafite nas semifinais da Libertadores, foi decisivo na conquista do título e permaneceu até dezembro, após o tri no Mundial. Anotou 16 gols em 29 jogos antes de sair para o Milan (ITA).
Ricardo Oliveira
Em 2006 e em 2010, Ricardo assinou contratos de meia temporada com o São Paulo. Na primeira passagem, foi vice da Libertadores com seis gols em 12 jogos. Na segunda, o time foi mal, mas ele marcou oito vezes em 17 partidas.
Adriano
O Tricolor do Imperador caiu nas quartas de final da Libertadores, mas os números individuais do astro entre janeiro e junho impressionaram: 17 gols marcados em 28 atuações.