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Autor de 1º gol sofrido por Ceni diz: ‘Por eu ser argentino, é mais lindo’

Na estreia de Rogério pelo São Paulo, Oscar Dertycia abriu a "contagem" do goleiro. Hoje, o ex-atacante é auxiliar técnico, tem 50 anos e elogia o Mito

Dertycia é argentino e marcou o primeiro gol da carreira de Rogério Ceni (Foto: Divulgação)
imagem cameraDertycia é argentino e marcou o primeiro gol da carreira de Rogério Ceni (Foto: Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 02/12/2015
18:54

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Oscar Dertycia passaria em branco na história do futebol brasileiro se não tivesse conquistado um feito único.

Era 25 de junho de 1993. Rogério Ceni fazia sua estreia pelo São Paulo. O adversário era o Tenerife (ESP), pelo Troféu Santiago de Compostela, torneio amistoso realizado na Espanha.

Logo no início do jogo, o jovem goleiro de então 20 anos sofria um balde de água fria. O Tenerife abria o placar e Rogério levava o primeiro dos 1.391 tentos que tomaria em toda sua carreira. O autor do gol? Oscar Dertycia.

– Me surpreendi que fui o primeiro a marcar um gol nele, nunca tinha me passado isso na cabeça. Estreias são muito marcantes. Nunca mais esquecemos. Assim como ele não deve esquecer o gol sofrido por um argentino (risos). Por ser argentino, é mais lindo ainda. Em seu livro, espero que ele conte essa história – afirma o ex–atacante, ao LANCE!.

Jogo da estreia de Rogério Ceni em 1993 (Foto: Arquivo do São Paulo)
Rogério Ceni antes de sua estreia como profissional, em 1993, contra o Tenerife, pelo Troféu Santiago de Compostela (Foto: Arquivo SPFC)


Naquela partida, porém, Rogério teve sua vingança. Quando o placar estava 2 a 1 para o São Paulo, o Mito defendeu um pênalti de Dertycia que impediu o empate do Tenerife. No fim das contas, o Tricolor ganhou por 4 a 1.

– Não lembro do jogo, nem do gol. Foi uma partida de verão. Jogávamos segunda, quarta, depois viajávamos. Era tudo em uma semana – força a memória Dertycia, atual auxiliar técnico do Instituto de Córdoba, equipe da Segunda Divisão argentina pela qual foi ídolo nos tempos de jogador.

Para o argentino, o fim da carreira chegou aos 37 anos, quando defendeu o Coopsol Trujillo (PER). Na bagagem, leva gols, títulos e histórias. Agora, até uma que nem sequer o Mito esquece.

– Há várias formas de entender a aposentadoria. Não me retirei, porque sigo desfrutando do futebol. Mas quando apaga a luz, acaba tudo, os papéis, os jornalistas atrás de você... Não é fácil, você se sente mais modesto – ressente.

Jogo da estreia de Rogério Ceni em 1993 (Foto: Arquivo do São Paulo)
Em 1993, Dertycia ainda tinha cabelo. O ex-atacante tem alopécia, que causa queda dos pelos do corpo (Foto: Arquivo do São Paulo)


Confira bate-papo exclusivo com o argentino Dertycia:


Como é para você ter feito o primeiro gol no Rogério Ceni?
Tive a sorte de fazer um gol nele. Para o atacante é importante ficar marcado na história do goleiro. Quando chegar o momento da aposentadoria, ficarão as histórias, quantos gols fez, quem foi o atacante que mais fez gols.

O que você conhece do Rogério?
É um goleiro muito importante para o nível do futebol brasileiro. Fez muitos jogos no clube, um especialista na sua matéria. Não só por ter jogado, mas de seu profissionalismo. Sua pegada na bola é muito conhecida, já vi alguns gols dele. Para um goleiro chutar um tiro livre, tem que ter muito respaldo.

Ele é conhecido na Argentina?
Sim, o que passa da nossa época é que não tinha tanta televisão como tem agora. Na minha época, quando jogava na Fiorentina, os argentinos me viam uma vez ao mês. No futebol de hoje, se conhece tudo. O futebol brasileiro sempre foi nosso rival, sempre se falou de seus jogadores.

Dertycia é argentino e marcou o primeiro gol da carreira de Rogério Ceni (Foto: Divulgação)
Figurinha de Dertycia pelo Tenerife (Foto: Divulgação)


FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 4 X 1 TENERIFE


Local: Estádio Municipal San Lázaro, em Santiago de Compostela (ESP)
Data: 25 de junho de 1993
Árbitro: Puentes Leira de Ferrol (ESP)
Público: 2 mil pessoas
Gols: Dertycia (1-0); Guilherme, (1-1); Guilherme (1-2); Guilherme (1-3); Guilherme (1-4)

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Vítor, Lula, Ronaldão (Gilmar) e Ronaldo Luís (Marcos Adriano); Pintado, Dinho, Toninho Cerezo (Juninho) e Gustavo Matosas; Douglas (Jamelli) e Guilherme.. Técnico: Márcio Araújo.

TENERIFE: Agustín; Llorente, Toño, Matta (Toni) e Berges; César Gómez, Chano, Felipe e Quique Estibaranz; Castillo e Dertycia. Técnico: Jorge Valdano

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