Candidato da oposição, Pimenta deixa aberta chance de Aidar voltar ao SP

Adversário de Carlos Augusto de Barros e Silva disse que retorno de ex-presidente expulso em 2015 pode ser reavaliado no futuro. Ele também conseguiu voltar após expulsão 

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Candidato da oposição na eleição presidencial do São Paulo, que acontece em abril, José Eduardo Mesquita Pimenta deixou aberta a possibilidade de o ex-presidente Carlos Miguel Aidar ser readmitido no Conselho Deliberativo do clube, do qual foi expulso em abril de 2016. Pimenta fez a afirmação sobre Aidar em evento de lançamento de sua candidatura na última quarta-feira, na zona sul da capital paulista.

- Infelizmente isso denegriu a nossa história, gostaria que nunca tivesse acontecido mas infelizmente aconteceu. Mas acho que não existe uma pena permanente. Na nossa legislação, nós não temos nenhuma pena perpétua, acho que algum dia poderemos rever isso pois ele prestou muitos serviços ao São Paulo - afirmou Pimenta, sobre a situação de Aidar.

Aidar foi expulso do Conselho Deliberativo após votação esmagadora e parecer feito por José Ópice Blum, que atualmente apoia a candidatura de Pimenta. Pesaram contra o ex-presidente a participação da namorada Cinira Maturana na negociação fracassada do zagueiro Rodrigo Caio ao Atlético de Madrid (ESP), a contratação de um escritório de advocaria que teria cobrado valores fora da realidade do clube, além da briga com ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro, também expulso no mesmo dia. A administração de Aidar foi rodeada de polêmicas, como a comissão no contrato da fornecedora Under Armour e a contratação do zagueiro Iago Maidana, considerado o estopim para a queda do mandatário.

Neste sentido, é preciso ressaltar dois pontos. O primeiro é que, assim como Aidar, Pimenta sofreu uma expulsão do Conselho Deliberativo logo após deixar a presidência - dirigiu entre 1990 e 1994, na era mais vitoriosa do clube. Na época, ele foi acusado de pedir comissão na transferência do atacante Mário Tilico para o Logroñes, da Espanha. Uma gravação foi usada como prova. No entanto, dois anos depois, Pimenta conseguiu um laudo da Unicamp (Universidade de Campinas) que apontava manipulação da conversa. Com isso, voltou ao Conselho.

Ataíde Gil Guerreiro, por sua vez, voltou a participar das atividades do clube após expulsão do Conselho Deliberativo. Ele foi recolocado no cargo de vice de futebol assim que Leco assumiu, em outubro de 2015. Permaneceu até março de 2016, quando, sob enorme pressão, passou ao cargo de diretor de relações institucionais. Ficou até dezembro, quando decidiu abandonar de vez a vida política no Tricolor. Alegou que sua presença seria motivo para opositores atacarem o então presidente Leco, que sempre defendeu o aliado. Ataíde foi expulso do Conselho por agredir Aidar, depois de ter gravado o ex-presidente oferecendo repartir uma comissão na contratação de um zagueiro da Portuguesa. 

José Eduardo Mesquita Pimenta tem o apoio do empresário Abílio Diniz e usa como maior plataforma de campanha o fato de ter comandado o clube na época mais dourada da história. Entre 90 e 94, o São Paulo conquistou dois títulos mundiais, duas Libertadores e um Brasileiro, entre outros, com o timaço do mestre Telê Santana, formado por craques como Zetti, Cafu, Müller, Toninho Cerezo e Raí.

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