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Carismático, Cueva é esperança do São Paulo e crê em reação na Copa

Alegre, meia peruano fala da missão de substituir Ganso, conta como tem sido a adaptação no Brasil e diz que Tricolor vai se classificar para a final da Libertadores: 'É clube grande'

Cueva posa para o LANCE! na sala de imprensa do CT 
imagem camera(Foto: ALE CABRAL)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 09/07/2016
19:00
Atualizado em 10/07/2016
09:21

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Enquanto tenta se recuperar do baque que o deixou longe da final da Libertadores, o São Paulo conta com a alegria do peruano Christian Cueva para seguir em frente. Cueva é um pingo de alívio na desilusão. Recém-chegado, carismático, com futebol promissor nos primeiros jogos, ele é favorito para substituir Ganso, que pode acertar com o Sevilla (ESP).

Neste domingo, às 16h, contra o América-MG, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro, Cueva está novamente confirmado como titular e representa esperança ao são-paulino. Antes do duelo, ele falou com o LANCE! e você fica sabendo um pouco mais do meia na entrevista abaixo.


Como está sendo a vida no Brasil e em São Paulo?
Bem. Muito contente, uma cidade muito linda. Aqui no CT já encontrei cobertura para a família. Muito contente do trato geral que me deram.

O que mais gosta do Brasil?
O clube, a cidade, a comida também é rica. No Peru é rica e aqui é igual, não tive problema. E muitas coisas para conhecer, tomara que dê tempo para conhecer um pouco mais.

Algo parecido com Trujillo, sua cidade no Peru?
Sim, o clima mais do que tudo. Tem mar, sol. Aqui foi um pouco frio no início, mas normal. Depois saí, muito lindo o clima, o ambiente que se vive futebol aqui no clube. A torcida é muito grande e espero retribuir o carinho pouco a pouco.

Você já viveu em algumas cidades. Qual a importância de conhecer tantas culturas?
Como te explicar? Tem que se adaptar a cultura de cada país, diferentes companheiros, comida, ambiente. Mas normalmente jogamos futebol, então como futebol é um só, a realidade é que a convivência é muito similar, com os amigos, bons companheiros. Porém, não tem tanta importância para um jogador saber tanta cultura, tem de se adaptar onde o destino te manda.

Sente muita falta de seu país?
Quando era criança, sempre tinha a ilusão de jogar futebol. Jogar profissional e era difícil, havia poucas oportunidades. Vivi três anos sozinho em Trujillo, meus pais viviam em seu povoado, que fica a quatro horas de distância. Depois, praticamente vivi sozinho em Lima. Assim foi minha vida, um pouco longe da família, mas foi por um propósito, de conseguir alcançar meus objetivos, sonhos.

Sempre só e sempre com o futebol?
Sim, mas agora tenho a companhia da minha esposa, minhas filhas e é uma motivação e tranquilidade que te dá para trabalhar. Para o futebol e a vida de cada uma das pessoas. A tranquilidade da família é muito importante. Tenho dois filhos. Minha esposa tem um do casamento anterior e comigo, uma filha de dois anos.

Qual seu primeiro ídolo no futebol?
Não tenho um só, tenho dois. E são brasileiros: Ronaldinho e Ronaldo. São jogadores muito talentosos e creio que como ser humanos demonstraram grandes coisas. Dois fenômenos que dentro de campo sempre se divertiram, apesar do trabalho. Toda sua carreira foi puro sorriso. É uma emoção para mim conhecê-los, estou tentando, não posso morrer sem conhecer os dois. É um sonho.

Aqui se fala muito de Ganso.
É outro fenômeno. Um craque. Desde que o vi, seu futebol é algo... Não sei se você gosta de tênis, mas ele é como Federer (Roger, tenista suíço número 3 no ranking da ATP). Uma elegância... O passe. Um jogador com traje. Tem que aprender essas coisas e aqui há muitos grandes jogadores. Lugano é um craque. Quando jogava contra minha seleção, como joga, todas essas coisas tem que ter. Lugano é um líder que hoje tenho perto, para mim é algo que vou sempre levar como um presente. Não sonhei, não pensei e hoje estou. Tenho de dar graças a tudo que Deus me dá.

Cueva - São Paulo
Cueva em ação conrta o Fluminense (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)


Mas pode ser que não jogue com Ganso, porque tem proposta do Sevilla.
O que posso dizer? Foi só por cinco minutos, porque depois teve a lesão. E o primeiro passe que me deu já foi com muita graça. E seria com muito gosto jogar com ele, não só com ele, como Wesley, Hudson, com Calleri, todos. Mas neste meio do futebol, que é um trabalho, tem que se aproveitar as oportunidades. Queria compartilhar um pouco mais com ele, mas seu futebol o faz ser pretendido por muitas equipes. Vendo por ele, que escolha o melhor e se não for, aproveitar o máximo dele aqui.

Tem algum conselho sobre o futebol espanhol, já que você atuou pelo Rayo Vallecano?
Não, que conselho posso dar a Ganso? Óbvio que não é ruim receber um conselho. O único conselho é que faça o que sempre faz. Não precisa de um conselho, sobretudo mais do futebol. Ele é um jogador de seleção e de nível como o Brasil. Creio eu que não vai ser algo novo para ele.

Está pronto para substituí-lo?
Estou pronto para jogar. Não sei se para substituí-lo, mas estou para jogar. Para substituí-lo precisa de tempo. Tenho que mostrar o que sou eu como jogador. Substituir é por causa da posição. Mas um não tem que jogar o que não é. Futebol é cada um e eu sou Christian Cueva. Vou tratar de seguir nessa linha e não podemos falar de substituir, porque a decisão quem toma é o treinador.

Já teve problema por ser muito baixo? Porque aqui houve problemas de jogadores que não puderam jogar porque os treinadores achavam baixos.
Não. Veja o melhor do mundo hoje em dia, ele é pequeno e é um fenômeno (Messi). Cada um pensa o que quer, decisões são parte do ser humano e eu não tenho que ficar chateado por decisão do técnico. Tenho respeito, mas ser alto não quer dizer que jogue mais do que um baixo. Com talento, não importa se é baixo, alto, branco, moreno, azul, celeste... O importante é ter a oportunidade, e depois demonstrar o que vale. O talento é um dom de Deus e tem que saber utilizar, porque só talento não basta. Tem que ter cabeça, ser forte fisicamente.

E fora do futebol, o que gosta de fazer?
Dançar. Porém saio muito pouco. Mas sempre escuto minha música, salsa, cumbia.

Tem Centurión aqui que gosta de cumbia.
Sim, mas são diferentes. A argentina, a chilena, peruana. A peruana é a melhor cumbia.

Apresentação de Christian Cueva no São Paulo
Cueva na apresentação: ele errou local do símbolo do São Paulo (Foto: Eduardo Viana)


Gosta das comidas típicas do Peru?
Para mim, a comida do Peru é a melhor do mundo. Na gastronomia, sempre estamos em primeiro ou segundo, pelo menos na gastronomia (risos). A verdade é que aqui tem muita coisa aprender, desfrutar. Como no Peru. E eu também me sinto assim.

E aqui qual sua comida preferida?
Aqui do CT. Muito rica. E é gostoso comê-la porque você está na companhia das pessoas que trabalham com amor.

E você trabalha com amor também?
Sim, amor ao meu trabalho, ao clube que me dá de comer e ao futebol, assim é minha paixão. E o amor à minha família, porque vivemos disso. Tem que seguir, não sabemos o que vai passar a frente.

E eles brincaram porque você errou o local do símbolo na apresentação?
A verdade é que eu estava com uma camiseta (com o símbolo no peito) e depois mudei (para a camisa oficial com símbolo no meio). E está no meio, aí é uma coisa para toda a vida, eu até ri. E agora quando fizer o gol, não vou mais errar.. É uma camisa muito linda e é um começo do que quero com o São Paulo. Quero ganhar grandes coisas com meus companheiros.

Conhece o América-MG?
Não conheço muito bem, porém aqui há sempre uma pessoa que entrega vídeos e aí vai conhecendo mais. Mas conheço o Corinthians, que será o próximo rival, o Flamengo... Porém, agora temos de pensar pensar no América e depois na Colômbia, temos de dar a volta. Na vida nada é impossível. Aconteceram coisas que não prevíamos, mas aqui é um clube grande e quando se é um clube grande, gigante, tudo pode passar. Que tenham cuidado, porque o São Paulo sempre será protagonista e tenho muita segurança que meus companheiros avançarão.

Você citou o Corinthians por ser clássico?
Sei que é um clássico, os clássicos têm de ganhá-los. Mas primeiro me foco no América-MG, depois pensaremos no que vem. Depois classificar, pois vamos classificar, e depois Corinthians. Hoje em dia sabemos que nunca podemos menosprezar os rivais, ainda mais em um time grande.

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