Ainda não há nenhuma candidatura lançada oficialmente para as próximas eleições presidenciais do São Paulo, em dezembro, mas o cenário começou a ficar mais claro na última semana. Julio Casares, ex-diretor de marketing do clube, tem forte apoio no Conselho Deliberativo e caminha para ser o primeiro confirmado na disputa.
Sete grupos políticos do São Paulo se uniram e defendem que Casares seja candidato à sucessão de Leco, com Olten Ayres de Abreu Junior concorrendo à presidência do Conselho.
A estimativa dos envolvidos é de que essa união englobe 131 dos atuais conselheiros, número que pode aumentar, já que a ideia é conquistar o apoio de mais dois grupos. Não é certo que todos eles ainda estejam ocupando cadeiras no Conselho Deliberativo na data da escolha do próximo presidente, já que uma eleição em novembro vai iniciar 100 novos mandatos de conselheiro. Devem ser 260 aptos a votar para escolher o presidente em dezembro.
Embora tenha o apoio do grupo político do presidente Leco, esta chapa que está nascendo não é tratada necessariamente como situação. Os conselheiros participantes preferem chamá-la de coalizão e citam o fato de José Eduardo Mesquita Pimenta, candidato de oposição derrotado por Leco na última eleição, agora estar do mesmo lado. O próprio Leco, pessoalmente, não se manifestou até o momento.
Casares não falou sobre o tema ainda e nem pretende fazê-lo durante o período de isolamento devido à pandemia do novo coronavírus. Nos bastidores, comenta-se que os grupos políticos de sua base decidiram tornar público o apoio ao nome dele para se anteciparem a uma movimentação da oposição, liderada por Newton Luiz Ferreira, o Newton do Chapéu.
Newton está planejando para junho uma convenção em que deve ser definida a chapa de oposição para as eleições. No momento, o favorito a sair candidato é Roberto Natel, atual vice-presidente, mas rachado com a gestão Leco.
O desgaste de Natel com a atual administração do São Paulo chegou ao ápice em 2019. Uma perícia interna do clube o apontou como possível responsável por vazar documentos a um suposto hacker. A diretoria distribuiu diferentes versões do orçamento de 2020 a pessoas estratégicas, cada uma com um erro de grafia ou digitação diferente, e no fim das contas tornou-se pública a versão que havia sido enviada a Natel. Ele nega ter vazado qualquer documento e o caso não teve desdobramentos definitivos até o momento.
Outro nome cogitado entre os opositores é o de Marco Aurélio Cunha, ex-superintendente e diretor de futebol do São Paulo. Trata-se de um nome muito popular entre os torcedores, mas muitas pessoas dizem que seu nome não teria muita força no Conselho para uma eventual disputa eleitoral. Embora não seja um desafeto declarado de Leco, com quem trabalhou em 2016, Marco tem dito que o clube precisa de olhares diferentes e que vai estudar a possibilidade de se candidatar.
Leco deixará a presidência em dezembro e não pode mais se candidatar.