Ceni diz que treinar São Paulo foi seu maior acerto e acha pouco provável dirigir Corinthians ou Palmeiras
Técnico do Fortaleza diz que grande parte do respeito conquistado com o torcedor do São Paulo se deve à rivalidade com os clubes da capital: 'Não pretendo jogar isso fora'
Rogério Ceni, técnico do Fortaleza, disse em entrevista ao Valor Econômico que iniciar a carreira fora do campo à frente do São Paulo foi seu "maior acerto". Ele dirigiu o Tricolor no primeiro semestre de 2017 e teve um começo promissor, mas acabou demitido após eliminações no Paulistão, na Copa do Brasil e na Sul-Americana e até hoje não se dá bem com o presidente Leco.
- Treinar o São Paulo foi o maior acerto que fiz. Foi o maior acerto puxar 23 jogadores novos para o time, principalmente sendo que 12 deles pertenciam à categoria de base. Foi o maior acerto ter conseguido promover esses jovens jogadores e valorizá-los no exterior, a ponto de botar R$ 180 milhões no cofre do clube só com a venda dessas revelações - disse o ex-goleiro.
As duas principais vendas do São Paulo enquanto Ceni esteve no comando foram de David Neres, que não chegou a jogar com ele, para o Ajax e Luiz Araújo para o Lille. Na época, o treinador não gostou de perder dois atletas de velocidade - aceitava que um deles fosse negociado - e se irritou ainda mais quando o volante Thiago Mendes foi vendido, também ao Lille.
O Mito também reforçou nesta entrevista que dificilmente treinará Corinthians ou Palmeiras:
- Não diria que é impossível, pois nada é impossível nesta vida, mas acho muito pouco provável. Muito do respeito que eu conquistei com o torcedor são-paulino se deve à rivalidade de 25 anos que tive com esses clubes. Não pretendo jogar isso fora, até porque existem muitos outros grandes clubes no Brasil.
Ceni é ídolo da torcida do Fortaleza, clube que dirige desde 2018 e pelo qual já conquistou a Série B do Brasileiro, um Estadual e uma Copa do Nordeste.
- A torcida do Fortaleza é realmente especial. A festa que eles fazem dentro do estádio é fantástica, algo extremamente prazeroso para mim. Não preciso ir ao shopping da cidade para sentir esse afeto.
No entanto, houve uma interrupção neste trabalho quando ele saiu para uma passagem frustrada pelo Cruzeiro em 2019.
- Passei 21 dias sem sair de lá (CT do Cruzeiro). Três semanas sem arredar o pé de lá. Era a única forma que eu tinha para conhecer as pessoas, os jogadores. Saí uma vez só para jantar em Belo Horizonte, uma só. Falta de trabalho não foi - disse Rogério, demitido após um racha com os atletas mais experientes do grupo.