Rogério Ceni aprovou a atuação do São Paulo na vitória por 3 a 1 sobre o ABC-RN na noite desta quarta-feira, no Morumbi, pela Copa do Brasil. O comandante, no entanto, afirmou que o confronto pela terceira fase ficou aberto dado o placar. Ceni acredita que o resultado teria de ser maior para ter folga no jogo de volta, quarta-feira que vem, em Natal.
- Foi um primeiro tempo fantástico, com muitas chances, velocidade, criação. E um bom segundo tempo. Não que não saiamos satisfeitos, nem frustrados, mas sabendo que poderia ser uma vantagem maior. Um 3 a 1 deixa tudo aberto contra qualquer equipe, em qualquer competição. Lembro da final entre Corinthians e Sport aqui. Talvez um quarto ou quinto gol nos desse uma análise diferente. Fico feliz com o que o time produziu, chances claras, posse de bola. Sinto que faltou alguma coisa só para definir uma classificação que ficou aberta. Como produção, só elogios para quem correu, lutou e criou muito, pelo meio, pelos lados, tabelas, bolas cruzadas - analisou o treinador, em entrevista coletiva.
O resultado não tão elástico, apesar das muitas chances, não permitirá ao treinador descansar alguns jogadores. Ele gostaria de poupar atletas no duelo de volta contra o ABC, mas acredita que não será possível. E ainda há o clássico no próximo sábado, contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Ele falou da concorrência no elenco e do revezamento que tem feito em algumas posições, como no gol, por exemplo.
- Faço porque quero ver todos jogando, sentindo parte do grupo, dar minutos aos mais velhos e novos. Não consigo rodar os sete zagueiros, mas cinco já jogaram. Exceto Lyanco e Lucão. Nas laterais eu tento os três, e uma pena não ter feito um coletivo para ver o Caíque um pouco mais. Ontem tivemos problemas de recuperação de quem ficaria no banco e eu não posso ficar fora da Copa do Brasil, que nunca ganhamos, que vai até o fim do ano. Devido ao placar de hoje, não posso fazer um revezamento como queria. É preciso ir com força máxima, com o clássico no meio disso. Amanhã (quinta) teremos os dados dos jogadores para, na manhã de sexta falar com eles e analisar as melhores possibilidades para o clássico. Talvez, mesmo com cansaço, precisemos fechar os olhos e colocá-los. Em duas posições, será assim. No resto, estou mais tranquilo - disse Ceni.
Rogério Ceni também falou sobre o clássico contra o Palmeiras. O Tricolor tentará quebrar o tabu de ainda não ter vencido o rival no Allianz Parque: foram três derrotas (3 a 0, 4 a 0 e 2 a 1).
- Todo jogo é uma oportunidade de enfrentar um adversário e vencer. E a viagem do Palmeiras não é tão longe para fazer o time mais fraco, ainda mais com tudo o que investiu e um elenco para rodar à vontade. Eles se pouparam bastante para isso. Eles virão com o melhor que podem. Todo jogo é uma oportunidade para vencer um clássico, que será difícil, complicado. Jogamos três vezes lá e não ganhamos. Vamos achar um time para jogar de igual para igual e vencer - afirmou.
Confira outros trechos da entrevista de Ceni:
Rodízio no elenco
Titulares são os 11 que entram em campo, os melhores para o dia, para o jogo. No futebol moderno, ter só um time titular é estar fadado ao fracasso. Imaginem 11 jogando nove partidas em um mês, como faremos. Não tem cadeira cativa. Tem quem joga 70%, 80% dos jogos e outros que jogam menos, mas é preciso sempre fazer o melhor. Contra o Palmeiras outros jogarão. Renan Ribeiro pode jogar na fase classificatória do Paulista, já que o Sidão pode ficar mais tempo fora e se recuperar melhor, para treinar mais forte. Depois da volta contra o ABC, quero que o Renan jogue, para analisar e deixar todos se sentindo importantes aqui.
Como manter o ritmo alto?
O jogo de hoje, dos 11 que começaram, jogaram menos de 180 minutos dos últimos 270. Nenhum jogou os três últimos. Essa rotatividade dá o descanso necessário para eles terem energia, assim como reduzimos o ritmo de treino. Quando tem Copa do Brasil e clássico fora de casa no meio, isso pode oscilar. Ainda mais que no clássico fora você talvez não tenha tantas chances assim. Foram muitos poupados nos últimos jogos. É dar o máximo de tempo em alta intensidade, por isso você precisa matar o jogo, para não cansar e dar chances ao adversário no fim. Uma pena que não fizemos mais e ainda tomamos um.
Números da temporada e preocupação de sofrer gol após fazer
Quando você faz um gol, precisa se preocupar com o tempo que falta e a gente ainda toma gol antes disso. Isso vem me preocupando e incomodando os jogadores bastante. Vamos melhorar, corrigir isso. O gol agora foi de bola parada. Treinei muita bola parada ofensiva e sexta talvez pense mais na defensiva. Fizemos três e tomamos quatro nesse quesito, estamos perdendo. Sobre projeções, um treinador que não tem vivência como eu é mais difícil traçar metas. O aproveitamento está diretamente ligado à dedicação dos jogadores, não ao técnico. E não conseguia traçar uma meta com Audax, Ponte e Santos, com dois jogos fora de casa, um time que nos eliminou, outro que ficou com a gente no Brasileiro e outro que ficou em cima. E agora um clássico com o Palmeiras. Mas mesmo que seja em Paulista, esse aproveitamento de 77% é importante.