Ceni vê ‘grande oportunidade’ para diretoria repatriar o amigo Lugano

Mito lembra que caberá ao técnico que ainda não foi escolhido a contratação do uruguaio, mas ressalta força da 'opinião pública' pela volta do 'último ídolo' do São Paulo

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A diretoria do São Paulo sabia que a presença de Diego Lugano no jogo de despedida de Rogério Ceni aumentaria a pressão da torcida pela volta do uruguaio ao clube em 2016. Os dirigentes talvez só não imaginavam que o coro pelo retorno do zagueiro de 35 anos fosse reforçado de maneira tão contundente pelo dono da festa na última sexta-feira: o próprio Mito, em sua última entrevista coletiva de uma carreira de 25 anos.

- Vim para o Morumbi sentado com ele no ônibus e conversamos. E acho que se é que existe o desejo, essa é uma grande oportunidade que eles (dirigentes) têm de sentar, conversar. É preciso ver o desejo dele, e se existe possibilidade também. São duas fases possíveis dessa história. É um momento, apesar da classificação para a Libertadores, em que a gente vive um momento de baixa, e ele poderia trazer algumas coisas para o torcedor no futuro. Se ganhar, claro que se solidifica mais a imagem dele como ídolo. Se der errado, é uma boa oportunidade para ambos os lados -  explicou o goleiro-artilheiro.


Lugano tem contrato com o Cerro Porteño (PAR) até agosto do próximo ano, com prioridade de renovação para o atual vice-campeão paraguaio - perdeu a final para o rival Olimpia no último fim de semana, justamente com gol contra do ídolo são-paulino. O zagueiro disse após o adeus de Ceni que terá de voltar a Assunção no próximo dia 28, mas lembrou: "se nada acontecer até lá, né?".  

Mais cedo, ainda na sexta-feira, o uruguaio pediu para o assunto ser deixado de lado, mas viu a torcida vibrar a cada toque seu na bola na partida entre campeões do mundo pelo Tricolor de 1992/1993 e 2005. No primeiro tempo do amistoso, Lugano foi presenteado por Ceni com a faixa de capitão quando o camisa 01 saiu do gol para jogar na linha pela primeira vez no São Paulo.

Lugano foi ovacionado pela torcida durante toda a festa para Ceni no Morumbi (Foto: Mauricio Hummens/Fotoarena/LANCE!Press)


- Pra mim foi mais uma homenagem ao Lugano, do que qualquer outra coisa, Talvez de todos os atletas que conheci no São Paulo, todos os parceiros que criei, foi um cara que sempre demonstrou muito comprometimento com o que decidiu fazer por esse clube - exaltou o capitão tricolor dos últimos 15 anos.

O São Paulo está sem técnico desde 9 de novembro, quando Doriva foi demitido. Desde então, a equipe foi dirigida pelo coordenador técnico Milton Cruz de forma interina e acabou classificada para a fase preliminar da Copa Libertadores da América de 2016. Nomes como Paulo Autuori, Cuca e Levir Culpi foram estudados, mas o interesse não avançou. Já o uruguaio Diego Aguirre, que manteve contato por alguns dias com a diretoria, fechou com o Atlético-MG na semana passada. Quem chegar, mesmo que não haja previsão para isso acontecer, terá que lidar com a pressão por Lugano.

- Ele está aí, mas quem manda é quem fica. A opinião pública parece favorável, então creio que é algo de se ver. Claro, primeiro o treinador que estará aqui ano que vem terá de decidir, tudo depende do comandante, do que ele quer no campo. Se ele vier para cá, desejo muita sorte. Esse carinho que tenho por ele é porque talvez seja o último ídolo do clube em atividade. Ele e o Josué, que também sempre mostrou muita raça, e me parece que o São Paulo carece disso no momento. Mas depende muito do clube - concluiu.

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